Rio – O Ministério Público do Rio, por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), em parceria com a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), realizaram uma operação para cumprir 22 mandados de busca e apreensão contra uma quadrilha especializada em roubo de combustíveis e, que segundo investigações, estaria envolvida no assassinato do candidato a vereador Sergio Berem, o “Berém do Pilar” de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O crime ocorreu no município em julho de 2016 e teria como motivação disputas internas em grupo suspeito de atuar no furto e transporte ilegal de combustíveis.
No ano de 2016 foi deflagrada a “Operação Verdade”, onde investigações apontaram que o candidato foi assassinado não por razões políticas, mas sim porque integrava o grupo criminoso e teria se desentendido com os demais membros. Berem teria se desvinculado da organização, gerando uma desavença interna na organização criminosa. 
Na quinta-feira (12), a operação cumpriu mandados em galpões, empresas e residências de suspeitos. Foram apreendidos quatro fuzis e uma pistola na casa do vereador do município da Baixada Fluminense Cláudio Thomaz (PTN). Na casa de um policial militar, também sócio de uma transportadora de combustíveis, foi apreendido um revólver sem registro. Em um outro endereço, uma pessoa foi presa em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. O armamento apreendido passará por uma perícia.
Em outros locais, também na Baixada Fluminense, foram periciados cerca de 20 caminhões, um deles relacionado ao esquema ilegal. Foi coletado material líquido suspeito, o qual foi encaminhado para análise da Agência Nacional de Petróleo. As investigações estão sendo realizadas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHB).
Financiamento de campanhas políticas
De acordo com as investigações, parte do lucro obtido pelos criminosos é utilizado para financiamento de campanhas políticas. Por causa disso, a DHBF identificou agentes públicos de Caxias envolvidos no esquema.
A prática do furto, conhecida como “bica”, praticada pelo bando causou uma série de homicídios no município. A área é considerada estratégia pelo grupo criminoso por causa da proximidade com a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc).
Além da Polícia Civil, também participam da ação membros da Agência Nacional de Petróleo (ANP), do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), da Petrobras e sua subsidiária Transpetro e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público estadual (Gaeco/MPRJ).