A força-tarefa da Lava Jato faz, desde o início da manhã desta terça-feira, a Operação Patron, contra suspeitos de envolvimento com Dario Messer, conhecido como o “doleiro dos doleiros”. São 37 mandados de prisão (16 preventivas e três temporárias) e 18 de busca e apreensão. Um dos principais alvos é o ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes, que governou o país vizinho de 2013 a 2018.
Os mandados estão sendo cumpridos por cerca de 100 agentes no Rio (capital), Búzios (Região dos Lagos), na Grande São Paulo e em Ponta Porã (Mato Grosso do Sul). Há ainda o cumprimento de ordens na fronteira do Brasil com o Paraguai.
Até o momento, cinco pessoas foram presas, dentre elas o também doleiro Najun Azario Flato, capturado em São Paulo.
CÂMBIO, DESLIGO
Os alvos de hoje são suspeitos de dar apoio à fuga e à ocultação de bens de Dario, que foi preso no fim de julho, em São Paulo, em uma ação coordenada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF).
A ação é um desdobramento da Operação Câmbio Desligo, que investiga desde 2018 lavagem de dinheiro e organização criminosa envolvendo Messer. As investigações identificaram que o doleiro ocultou cerca de US$ 20 milhões. Desse montante, mais de US$ 17 milhões teriam sido depositados em um banco nas Bahamas e o restante pulverizado no Paraguai entre doleiros, casas de câmbio, empresários, políticos e uma advogada.
Dentre os investigados, há residentes no Paraguai e nos Estados Unidos, entre eles o ex-presidente Cartes. Segundo a PF, eles terão seus nomes incluídos na lista de procurados da Interpol.
O nome da operação, Patron (em espanhol patrão) é, de acordo com a Polícia Federal, o termo que Messer utilizava para se referir a Cartes. Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, do juiz Marcelo Bretas.
* Com informações do Estadão Conteúdo.