A sede do comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 foi alvo de buscas de uma operação contra corrupção executada por autoridades francesas na quarta-feira. Foi a segunda ação do tipo que o local recebeu neste ano, após uma primeira abordagem em junho, em meio a suspeitas de favorecimento ilegal, conflito de interesses e utilização indevida de recursos na concessão de contratos comerciais.

A operação foi confirmada em nota oficial publicada pelo próprio comitê nesta quinta-feira. “Estamos cooperando completamente com a investigação, como nós sempre fizemos”, diz o curto texto, no qual também está escrito que os oficiais “obtiveram todas as informações que foram requisitadas”.

O foco da apuração são 20 contratos comerciais, de um total que chega a centenas, assinados pelos organizadores olímpicos em meio aos preparativos para a Olimpíada do ano que vem. Tony Estanguet, presidente do comitê, defendeu recentemente, em entrevista à agência de notícias Associated Press, colegas cuja casas foram revistas. Além disso, disse não considerar concebível qualquer comparação entre os preparativos atuais e os casos de corrupção identificados nas organizações dos Jogos de Tóquio, em 2021, e nos Jogos do Rio-2016.

A avaliação de Estanguet encontra apoio em Jean-François Bohnert, chefe da procuradoria nacional financeira da França, que não vê indícios de um grande esquema criminoso. “Trata-se de favorecimento, obtenção ilegal de juro. É sobre a forma como certos contratos foram distribuídos, os acordos… Mas não vejo quaisquer elementos, pelo menos não nesta fase, que possam levar a investigação para os casos mais graves de corrupção ou tráfico de influência”, disse em entrevista à Rádio RTL.