A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para cima sua previsão para a oferta fora do grupo em 2020 em 360 mil barris por dia (bpd), conforme anunciou nesta segunda-feira, 14, a entidade com sede em Viena, na Áustria, por meio de seu relatório mensal. Pelos cálculos atualizados, o fornecimento da commodity este ano contará com uma redução de 2,67 milhões de bpd, para uma média de 62,5 milhões de bpd. Já a previsão para a produção fora da Opep em 2021 foi ajustada para cima em 371 mil bpd e agora deve crescer 1 milhão de bpd, com os EUA, Canadá, Brasil e Noruega devendo ser os principais motores de crescimento.

O principal impulso para a mudança em 2020 foi uma recuperação maior do que o esperado nos Estados Unidos em junho, que adicionou 1 milhão de bpd de suprimento na comparação com maio, mas registrou contração de 2,7 milhões de bpd em relação ao mesmo mês do ano passado.

“A recuperação da produção já começou nos Estados Unidos, Canadá e América Latina no terceiro trimestre, embora o Furacão Laura tenha impactado parcialmente a produção no Golfo do México nos Estados Unidos”, pontuou o documento.

No caso do abastecimento de petróleo bruto pela Opep, a entidade informou que houve um aumento de 760 mil barris por dia na comparação mensal, para uma média de 24,05 milhões de bpd, de acordo com fontes secundárias.

A Organização salientou que, apesar das perdas de oferta no segundo trimestre na esteira da pandemia de covid-19, o declínio na atividade fora do grupo foi muito menor do que a queda na demanda. A perspectiva da instituição é a de que o fornecimento de líquidos fora do grupo deverá se recuperar gradualmente no terceiro trimestre deste ano (200 mil bpd) e no quarto (700 mil bpd). “A produção de líquidos dos 10 participantes fora da Opep na Declaração de Cooperação (DoC,na sigla em inglês) deve atingir uma média de 15,86 milhões de barris por dia na segunda metade deste ano.

Sobre os EUA, a instituição salientou que o petróleo bruto, gás liquefeito e biocombustíveis mostraram aumentos em junho em comparação com a queda drástica em maio. “Embora o número de plataformas ativas em julho e agosto tenha permanecido abaixo dos níveis de junho, os dados de produção iniciais indicam uma produção mais alta, especialmente no Texas”, trouxe o texto.

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A produção de petróleo também se recuperou em junho no Canadá, Brasil, Equador, China e Omã. A oferta de petróleo em 2020, no entanto, deverá diminuir principalmente nos EUA (1,0 milhão de bpd), Rússia(1,1 milhão de bpd), Canadá, Casaquistão, Malásia, Colômbia e Azerbaijão, e deverá crescer na Noruega, Brasil, Guiana e China.

2021

Já a previsão de produção de líquidos fora da Opep para 2021 foi ajustada para cima em 371 mil bpd, e agora deve crescer 1,0 milhão de bpd sobre este ano, para a média de 63,47 milhões de bpd (incluindo uma recuperação de 130 mil bpd em ganhos de processamento).

Os principais impulsionadores do crescimento da oferta previstos no relatório são os EUA com 400 mil bpd, Canadá, com 200 mil bpd, e Brasil e Noruega, com 100 mil bpd cada. A maior parte do crescimento, de acordo com a Opep, representa uma recuperação de produção a partir de 2020, e não novos projetos.

“Várias fontes preveem uma recuperação lenta, mas constante, dos preços do petróleo em 2021, assumindo um aumento na demanda, bem como a adesão da Opep+ aos ajustes de produção, embora as preocupações com uma segunda onda de pandemia de covid-19 permaneçam altas”, enfatizou a entidade.


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