Por Alex Lawler

LONDRES (Reuters) – A Opep elevou nesta terça-feira suas projeções para o crescimento da demanda global por petróleo neste ano, em meio a expectativas de que a pandemia perca força e ajude o grupo e seus aliados em seus esforços para apoiar o mercado.

A demanda deverá aumentar em 5,95 milhões de barris por dia (bpd) em 2021, ou 6,6%, apontou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) em relatório mensal, em projeção 70 mil bpd superior à do mês passado.

A Opep, no entanto, reduziu suas perspectivas para o segundo trimestre.

“A disseminação e a intensidade da pandemia de Covid-19 devem diminuir com os atuais programas de vacinação em andamento, além de medidas de distanciamento social e limitações a viagens, que devem ser retiradas, oferecendo maior mobilidade”, disse a Opep no relatório.

A revisão para cima marca uma mudança de tom em relação aos últimos meses, em que a Opep vinha reduzindo as previsões devido à continuidade de “lockdowns” contra o coronavírus.

Uma recuperação maior poderia abrir espaço para que a Opep e seus aliados, conhecidos em conjunto como Opep+, reduzam mais o nível de seus cortes de produção recorde iniciados no ano passado.

Os preços do petróleo eram negociados perto de 64 dólares por barril antes da divulgação do relatório nesta terça-feira. Os preços chegaram a tocar máximas de 70 dólares neste ano, retomando níveis pré-pandemia, em meio a expectativas de recuperação econômica e às restrições de oferta da Opep.

A Opep elevou sua previsão de crescimento econômico global em 2021 para 5,4%, de 5,1% antes, assumindo que o impacto da pandemia estará “amplamente contido” no começo do segundo semestre do ano.

A Opep+ fechou acordo em 1° de abril para gradualmente reduzir seus cortes de oferta a partir de maio, depois que o novo governo dos Estados Unidos ligou para a Arábia Saudita pedir que os preços da energia fossem mantido em níveis acessíveis para os consumidores.

O relatório da Opep também já mostrou uma maior produção do grupo –com o Irã, isento dos cortes voluntários de oferta devido a sanções dos EUA, bombeando mais petróleo em março e contribuindo para aumentar a produção do grupo para 25,04 milhões de bpd, alta de 200 mil bpd.

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