Por Ahmad Ghaddar e Alex Lawler e Olesya Astakhova

LONDRES (Reuters) – A Opep e seus aliados concordaram nesta quinta-feira em manter sua política atual de aumento mensal da produção de petróleo, apesar dos temores de que uma liberação das reservas dos EUA e a nova variante do coronavírus poderiam levariam a uma nova derrocada do preço do petróleo.

O Brent caía mais de 1 dólar diante da decisão, sendo negociado abaixo de 70 dólares o barril, patamar bem inferior às máximas de três anos registradas em outubro, acima de 86 dólares.

Os preços em novembro já haviam registrado sua maior queda mensal desde o início da pandemia.

Sob o pacto existente, a Opep+ concordou em aumentar a produção em 400 mil bpd por mês, para encerrar os cortes recordes acordados em 2020, quando a demanda caiu por causa da pandemia.

O acordo para cumprir esse pacto e adicionar 400 mil bpd em janeiro, confirmado por um esboço de declaração da Opep+ e fontes da Opep+, levou os preços para abaixo de 67 dólares antes que recuperassem algum terreno.

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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, conhecida como Opep+, têm resistido aos pedidos dos EUA por aumentos mais rápidos na produção de petróleo para ajudar a economia global, temendo que o excesso de oferta possa prejudicar a frágil recuperação do setor de energia.

Washington pediu repetidamente à Opep que produzisse mais à medida que os preços da gasolina nos EUA disparavam e os índices de aprovação do presidente Joe Biden caíam.

Antes da reunião, fontes disseram que as incertezas do mercado levaram o grupo a considerar opções como interromper o aumento planejado para janeiro ou aumentar a produção em um volume menor.

Mesmo antes de surgirem preocupações com a Ômicron, a Opep+ estava pesando os efeitos do anúncio da semana passada pelos Estados Unidos e outros grandes consumidores de que iriam liberar reservas de petróleo de emergência para moderar os preços da energia.

Qualquer decisão de aumentar a produção em menos de 400 mil bpd em janeiro ou mesmo cortar fornecimento teria colocado a Opep em confronto total com Washington em meio a relações já mornas entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita, líder da Opep.

No ano passado, a Opep+ fez cortes recordes na produção de 10 milhões de bpd, o equivalente a cerca de 10% da oferta global. Desde então, isso foi reduzido para cerca de 3,8 milhões de bpd.

No entanto, a Opep+ tem falhado regularmente em cumprir suas metas de produção, produzindo cerca de 700 mil bpd a menos do que o planejado em setembro e outubro, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).

(Reportagem adicional de Vladimir Soldatkin)

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