A criadora do ChatGPT, a OpenAI, disse nesta segunda-feira (20) que está trabalhando para silenciar temporariamente uma voz sintética que soa muito parecida com a da atriz Scarlett Johansson.

A gigante da inteligência artificial (IA) afirmou em uma postagem em blog que a voz “Sky” em questão foi baseada na voz natural de uma atriz profissional diferente e não foi feita para soar como a de Johansson.

“Acreditamos que vozes de IA não devem imitar deliberadamente a voz distinta de uma celebridade”, explicou a OpenAI na postagem. “A voz de Sky não é uma imitação de Scarlett Johansson.”

A OpenAI está trabalhando em uma maneira de “pausar” Sky enquanto lida com o que parece ser uma confusão sobre a quem a voz soa semelhante, disse a empresa no X.

“Recebemos perguntas sobre como escolhemos as vozes no ChatGPT, especialmente Sky”, indicou a OpenAI.

A empresa contou que trabalhou com atores de voz profissionais nas vozes sintéticas que nomeou de Breeze, Cove, Ember, Juniper e Sky.

Sky ganhou grande notoriedade na semana passada quando a OpenAI lançou uma versão do GPT-4o, uma tecnologia de inteligência artificial mais rápida e ainda mais humana que sustenta o ChatGPT.

Em uma demonstração, a nova versão de Sky era muito mais semelhante a um ser humano do que as iterações anteriores e, às vezes, até mesmo flertava, brincava e era capaz de mudar de um assunto para outro de maneira natural, diferentemente da maioria dos chatbots existentes.

Vários observadores notaram a semelhança com Johansson, que emprestou sua voz à personagem central no filme “Ela”, uma história de advertência sobre um futuro em que um homem se apaixona por um chatbot de IA.

Aumentando a confusão, no dia da demonstração, o CEO da OpenAI, Sam Altman, postou uma única palavra no X: “Her” (“Ela”).

Até o momento, em meio ao frenesi da IA, a maioria dos gigantes da tecnologia relutou em humanizar demais os chatbots.

O vice-presidente da Microsoft, Yusuf Mehdi, disse à AFP que sua empresa, que tem uma parceria com a OpenAI, procurou garantir que a IA não fosse um “ele ou ela”, mas sim uma “entidade única”.

“Não deveria ser humana. Não deveria respirar. Você deveria conseguir… entendê-la como IA”, afirmou.

A OpenAI disse que estava trabalhando para resolver o mal-entendido apenas alguns dias depois de confirmar que desfez uma equipe dedicada a mitigar os perigos a longo prazo da inteligência artificial.

Semanas atrás, a OpenAI começou a dissolver o grupo integrando os membros em outros projetos e pesquisas, de acordo com a empresa.

O cofundador da companhia, Ilya Sutskever, e o colíder da equipe, Jan Leike, anunciaram suas saídas da criadora do ChatGPT na semana passada.

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