12/05/2020 - 16:39
A Organização Pan-americana da Saúde (Opas) afirmou nesta terça-feira (12) que vê com “preocupação” a propagação da COVID-19 no Brasil e pediu às autoridades que continuem implementando medidas para conter o avanço da pandemia.
“Certamente, o aumento de casos nos últimos dias é motivo de preocupação e o pedido é que continuem fortalecendo as medidas e ações recomendadas pela OMS e pela OPAS”, disse Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis e Análise de Saúde da organização regional, ao responder à pergunta de se a rápida disseminação da doença no Brasil é um risco para a região.
Em videoconferência com jornalistas, Espinal destacou o alto número de casos no Brasil, um país com “um vasto território” e onde “está ocorrendo a transmissão comunitária”, lembrando que o fato de ter fronteiras “muito porosas” faz com que seus vizinhos também devam agir.
O novo coronavírus causou mais de 11.500 mortes e mais de 168.000 infecções no Brasil, segundo cifras oficiais. Mas especialistas advertem que devido à ausência de testes de diagnóstico em massa, o número de infectados pode ser até 15 vezes maior.
Espinal ressaltou que o Brasil é uma república federativa onde os estados têm prerrogativas para tomar decisões em questões de saúde e o estão fazendo.
“Vemos que os governadores no Brasil estão tomando medidas e é importante que as medidas continuem sendo implementadas e reforçando em um país grande, amplo, onde nem tudo é igual”, pontuou.
Na mesma videoconferência, a diretora da OPAS, Carissa Etienne, alertou para a pressão que a COVID-19 representa para o sistema de saúde de grandes centros urbanos da América do Sul, entre os quais mencionou o Rio de Janeiro.
“Também estamos presenciando um impacto similar da COVID-19 nas grandes cidades da bacia do Amazonas”, acrescentou.
Espinal disse que Rio de Janeiro e Manaus, capital do Amazonas, onde o novo coronavírus triplicou o número diário de óbitos, são “focos infecciosos”.
São áreas “que precisam reforçar as medidas de distanciamento social, de aumento de testes de diagnóstico e de educação para a população”, destacou.