A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) pediu nesta terça-feira (14) aos países da América Latina e do Caribe que ampliem sua capacidade de tratamento intensivo para lidar com a pandemia da COVID-19, alertando para um possível aumento rápido de hospitalizações e mortes na região.

“Precisamos agir com urgência antes que a tempestade atinja a maioria dos países, para proteger a nós mesmos, nossas famílias e nossas comunidades. O custo da inação nunca foi tão alto”, disse a diretora da Opas, Carissa Etienne.

O novo coronavírus causou pelo menos 3.000 mortes na América Latina e no Caribe, a grande maioria no Brasil, segundo uma contagem da AFP divulgada às 13H00 de Brasília, com base em informações oficiais.

As novas infecções por coronavírus na região totalizam 70.193, bem abaixo do mais de meio milhão de casos registrados nos Estados Unidos.

Mas a Opas, o escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), espera que a situação piore nas próximas semanas na América Latina e no Caribe, aumentando a necessidade de atendimento em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

“No curto prazo, há uma grande necessidade de expandir a capacidade das UTIs na região”, disse Etienne.

Ela acrescentou que a questão do fornecimento e gerenciamento de cuidados intensivos para atender a COVID-19 foi discutida esta manhã com especialistas da China e da Espanha, em videoconferência com os ministros da saúde da região.

A longo prazo, Etienne pediu aos países para planejarem o acesso aos medicamentos e vacinas que estão sendo desenvolvidos para garantir que as comunidades mais vulneráveis os recebam.

A diretora da Opas elogiou a iniciativa do presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado Quesada, de que a OMS estabeleça um “grupo de patentes” para garantir acesso equitativo aos principais suprimentos médicos para enfrentar a doença e outras futuras pandemias.

Etienne também pediu aos países que “acelerem e ampliem” os testes para detectar o novo coronavírus, fator “chave” para antecipar a resposta à pandemia.

Sylvain Aldighieri, vice-diretor do Programa de Emergência da Opas, disse que desde janeiro a agência fornece mais de 500.000 testes de PCR para a detecção do novo coronavírus em 36 países e territórios da região.

Ele anunciou que na próxima semana serão enviados mais 1,5 milhão, e até o final de abril serão adicionados mais 3 milhões de testes de PCR, além dos reagentes, com o objetivo de fortalecer a rede de vigilância.

Além disso, Aldighieri acrescentou que a Opas está trabalhando “de perto” com os produtores para expandir as opções dos países.