A Organização Pan-americana da Saúde (Opas) celebrou nesta quarta-feira (21) a redução de casos de covid-19 registrada no Brasil, mas alertou contra relaxar as medidas para conter as infecções devido à alta trasmissão que persiste no país.

“Depois de alguns meses difíceis, o Brasil informa uma queda nos casos, inclusive na região amazônica”, especialmente afetada pelo vírus, disse em coletiva de imprensa Carissa Etienne, diretora da Opas, escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Mas os casos permanecem alarmantemente altos em todo o Brasil, e alguns municípios se apressaram em aliviar as restrições, o que torna provável que essas tendências se revertam”, acrescentou.

São Paulo anunciou na sexta-feira a reabertura de seus comércios e a autorização de serviços religiosos presenciais a partir de domingo, apesar do alto número de mortes diárias por covid-19. No Rio de Janeiro, os restaurantes voltaram a abrir na semana passada.

O Brasil é o segundo país com mais mortes por coronavírus em todo o mundo (cerca de 378.000), depois dos Estados Unidos (com mais de 568.000).

Etienne destacou também como uma “boa notícia” o “platô de casos” registrado no Chile “depois de fortalecer as medidas de saúde pública”.

Em seu balanço semanal da situação da pandemia nas Américas, a diretora da Opas disse que na América do Sul, atual epicentro do surto na região, os contágios estão se acelerando na Colômbia, Venezuela, Bolívia e Uruguai. Também destacou o rápido crescimento de novos casos na Argentina.

Na América do Norte, os casos continuam aumentando no Canadá, especialmente entre os jovens de 20 a 30 anos, assim como nos Estados Unidos, em alta depois de semanas de queda, e no México, associado à Semana Santa e a uma flexibilização das restrições.

Etienne disse que na América Central quase todos os países registraram um aumento dos casos, enquanto Cuba, Porto Rico e República Dominicana continuam gerando a maioria das infecções no Caribe.

A nação caribenha de São Vicente e Granadinas, afetada por uma série de devastadoras erupções vulcânicas, “registrou mais de 137 casos de covid-19 em abrigos e esperamos mais novas infecções nas próximas semanas”, afirmou.