O diretor da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) disse nesta sexta-feira (25), em Londres, que este organismo internacional deve poder identificar pessoas que executam ataques com armas químicas.

Sob suas atuais atribuições, esta organização internacional, que reúne os 193 signatários da convenção contra as armas químicas, se limita a determinar quais agentes foram usados em um ataque.

Mas o uso recente de armas químicas em locais como Síria, Kuala Lumpur e Inglaterra exige dotar a organização de mais poderes, considerou seu diretor, Ahmet Umzucu.

“Não acredito que possamos permitir manter essa situação, a ausência de um mecanismo de atribuição para investigar e identificar” os responsáveis pelo uso de armas químicas, disse em uma conferência em Chatham House, o centro de estudos de Relações Internacionais em Londres.

Fundada em 1997, a Opaq, com sede em Haia, tem como missão erradicar as armas químicas e evitar que novas sejam fabricadas. Os Territórios Palestinos se tornaram esta semana o seu 193º membro.

No recente atentado contra um ex-espião russo e sua filha na cidade inglesa de Salisbury, a Opaq se limitou a afirmar que suas análises confirmavam “as conclusões do Reino Unido com relação ao tipo de substância química tóxica”, mas sem nomeá-la.

A primeira-ministro britânica, Theresa May, disse que o gás usado contra os Skripal pertencia ao grupo Novichok, armas químicas russas que apenas são fabricadas em laboratórios militares desse país, abrindo as portas a duas possibilidades: que a Rússia estivesse por trás do atentado, ou que tivesse perdido o controle do potente neurotóxico.