A migração atual não tem precedentes na história e exige uma mobilização de apoio internacional para fazer frente a ela, advertiu nesta quarta-feira (12) o administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Achim Steiner.

“Há um aumento silencioso dos refugiados relacionados ao desenvolvimento. A magnitude a nível global não tem precedentes, estamos falando de quase 65 milhões de pessoas que estão sendo forçadas a ir embora de seus lares”, declarou Steiner no Panamá.

Essa circunstância faz com que muitos países vizinhos das áreas em crise, como Venezuela ou regiões como Oriente Médio, assumam custos econômicos e políticos para atender os migrantes, que, em muitas ocasiões, ficam desemparadas sem poder ter acesso aos serviços básicos.

Steiner participa no Panamá de um encontro com ministros latino-americanos para analisar os avanços da região na luta contra a pobreza e o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) impulsionados pela ONU.

Os ODS são um conjunto de compromissos adquiridos em 2015 por 193 líderes mundiais para erradicar a pobreza e a desigualdade em 2030.

A situação, longe de aliviar, será pior nas próximas décadas, quando o número de migrantes, produto de guerras, crises econômicas ou problemas ambientais poderia chegar a “quase 200 milhões de pessoas”.

Por esse motivo, “é necessário um grande apoio de emergência para os refugiados e assim manter a sua capacidade de alimentar e proteger essa grande cifra de pessoas”, assinalou Steiner.

“Devemos atender isso de maneira global” porque, senão, “não vamos poder acabar com isso”, disse o funcionário da ONU.