O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, expressou, nesta quinta-feira (14), sua preocupação com os “indícios que apontam para uma maior fragmentação do conflito” na Síria, após o recrudescimento dos combates no leste.

No final de agosto, estouraram confrontos na província de Deir Ezor (leste), após a prisão de um responsável local por parte das Forças Democráticas Sírias (FDS), uma coalizão majoritariamente curda apoiada pelos Estados Unidos.

Desde então, os partidários do conselho militar de Deir Ezor, uma província majoritariamente árabe, responderam com ataques contra as FDS.

“Esses indícios que apontam para uma nova fragmentação do conflito na Síria são alarmantes”, assegurou Türk em um comunicado.

Nas últimas semanas, o alto comissário teve conhecimento de “23 civis mortos” e “dezenas de pessoas presas pelas FDS por seu suposto envolvimento nas hostilidades”.

“Não podemos permitir estar de braços cruzados e ser apenas espectadores de como o país afunda cada vez mais em um conflito sem fim”, advertiu Türk.

O alto comissário também expressou sua preocupação de que esses enfrentamentos possam ser “aproveitados por outras partes que tentam exercer sua influência”.

As FDS, que tiveram papel-chave na derrota do Estado Islâmico na Síria, controlam atualmente uma região com certa autonomia no nordeste do território sírio, que inclui partes da província de Deir Ezor.

A guerra da Síria, que estourou após a dura repressão governamental contra uma onda de protestos, provocou cerca de meio milhão mortos e milhões de refugiados, além de devastar a economia e a infraestrutura do país.

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