GENEBRA, 18 JUL (ANSA) – O alto comissário para os Direitos Humanos das Nações Unidas, Volker Turk, pediu nesta sexta-feira (18) uma “investigação independente, oportuna e transparente” a respeito das mais de 500 mortes e “das graves violações e abusos dos direitos humanos em Sweida”, no sul da Síria, palco de um conflito armado iniciado no último dia 11. Ao mesmo tempo, organizações locais denunciaram “a grave situação na cidade” e apelaram por ajuda internacional.
“Esse derramamento de sangue e violência devem parar. A proteção de todas as pessoas deve ser a principal prioridade”, declarou Turk em comunicado, acrescentando que “os responsáveis devem ser convocados para responder” pelo confronto, que envolveu combatentes drusos contra beduínos e forças do governo.
Para o representante da ONU, “é fundamental que medidas sejam adotadas a fim de impedir que a violência se repita”.
Já organizações da sociedade civil em Sweida lançaram um apelo internacional para pedir a abertura de um corredor humanitário e a intervenção imediata de apoio à população.
“A cidade enfrenta uma crise gravíssima há mais de cinco dias, com as condições piorando rapidamente e colocando em risco a vida de milhares de civis”, denunciou Qusay Maklad, membro de uma ONG em Sweida, informando ainda que o município enfrenta uma “situação dramática” em meio à “falta total de eletricidade, água e acesso à internet, isolando cada vez mais a população”.
“Os moradores locais necessitam desesperadamente de uma assistência imediata para evitar uma catástrofe maior”, reforçou Maklad.
O conflito em Sweida teve início na sexta-feira (11) com hostilidades entre os drusos, que formam a maior parte da população local, e tribos beduínas com apoio de forças do governo. O confronto se intensificou na terça (15) com a entrada de Israel sob a justificativa de “defender o povo druso”. Na quarta (16), o governo sírio anunciou um cessar-fogo após realizar um acordo com os drusos e retirar suas tropas da cidade. (ANSA).