Uma nova rodada de conversações sobre o uso dos chamados “robôs assassinos” foi aberta nesta segunda-feira nas Nações Unidas, com o foco posto na definição das características das armas letais autônomas.

A ONU organizou as primeiras negociações sobre robôs assassinos no ano passado e concordou em avançar, mesmo que a elaboração de um tratado sobre o uso de tais armas continue sendo uma perspectiva distante.

Os ativistas denunciam que em breve serão implementadas armas capazes de usar força letal sem que um humano dê a ordem e criticaram o organismo da ONU que organiza as conversações – a Convenção sobre Certas Armas Convencionais (CCW) – por avançar devagar demais.

Mas saudaram a retomada das negociações da ONU.

“É um debate muito mais focado agora”, considerou Richard Moyes, cofundador da Campanha para Parar Robôs Assassinos.

As nações “estão pondo mãos à obra para descrever o nível de controle humano que é necessário sobre os sistemas (de armas letais)”, acrescentou.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Para Moyes, é crucial que os Estados estejam de acordo em que um humano que use qualquer arma “tem que saber onde e quando a força realmente será aplicada”.

O número de Estados que pediram uma proibição categórica dos robôs assassinos aumentou, enquanto as preocupações no setor privado e acadêmico cresceram devido à ameaça representada pelas armas que dependem totalmente da inteligência artificial para decidir quem matar.

Mas os Estados que se acredita que têm as armas autônomas mais avançadas – principalmente Estados Unidos, China, Rússia e Israel – não se comprometeram com nenhum tipo de mecanismo vinculativo que restrinja seu uso.

As conversações da CCW estão sendo dirigidas pelo embaixador de desarmamento indiano, Amandeep Gill, que comentou que as duas semanas, até 20 de abril, se concentrariam, em parte, na “questão da caracterização”, o que significa trabalhar em uma definição de armas autônomas.

Moyes afirmou que provavelmente não sairá nada concreto na reunião de abril, mas os ativistas esperam que, com mais duas sessões programadas este ano, os Estados aceitem passar a negociações formais sobre um tratado vinculativo.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias