Quase 18.000 migrantes em situação irregular entraram na Europa por terra desde janeiro, um número sete vezes maior do que o registrado no mesmo período em 2017, anunciou a ONU, que indica a rota que vai da Turquia à Grécia como a mais utilizada.

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de 20% dos migrantes sem documentação que chegam ao continente europeu viajam por terra.

“Os 17.966 que chegaram por via terrestre na Europa entre janeiro e setembro de 2018 representam um grande aumento na comparação com os 2.464 registrados no mesmo período do ano passado”, afirma OIM em um comunicado.

O aumento coincide com uma redução do número de pessoas que viajam pelo mar, pois a rota a partir da Líbia se tornou mais complicada com o aumento das patrulhas.

A OIM indica que 74.500 migrantes chegaram ao continente europeu atravessando o Mediterrâneo desde o início do ano, contra mais 129.000 no mesmo período em 2017.

A agência da ONU destaca que a estrada entre Turquia e Grécia foi utilizada por 12.166 migrantes. Nos 12 meses do ano passado, a Grécia registrou a entrada de 5.550 pessoas por terra.

Em relação aos outros 6.000 migrantes que chegaram à Europa desde janeiro por terra, a maioria optou por Ceuta e Melilla, territórios da Espanha na região norte de Marrocos.

Os territórios, as únicas fronteiras terrestres da União Europeia com a África, são cercados por grandes barreiras, “atacadas” com frequência pelos migrantes que desejam entrar na Espanha.

Mais de 50% das pessoas que entraram na Grécia partiram da Síria, Iraque e Afeganistão, segundo a OIM.