O Conselho de Segurança da ONU apelou nesta terça-feira (31) a “todos envolvidos em conflitos armados a respeitar o caráter civil das escolas”, em uma declaração adotada como parte de uma reunião sobre a questão das crianças nas guerras.

No texto, o Conselho expressa sua “profunda preocupação com o uso de escolas para fins militares em violação ao direito internacional”.

“Esse uso pode transformá-las em alvos de ataques, colocando em risco a segurança de crianças e professores”, afirma a declaração.

Denunciada em um recente relatório anual do secretário-geral das Nações Unidas António Guterres, a Arábia Saudita defendeu-se, explicando que no Iêmen, por exemplo, uma escola que se tornou um depósito de armas já não poderia ser qualificada como estabelecimento escolar.

Os Estados membros devem adotar “medidas concretas para dissuadir as forças armadas e grupos armados não estatais de usar as escolas em violação do direito internacional”, indica a declaração da ONU.

Todos os ataques contra as escolas devem ser objeto de “investigações e os responsáveis ​​devem ser processados” pela justiça, exigiu o Conselho de Segurança.

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“As crianças são alvos e ferramentas de terror”, lamentou Jean-Yves Le Drian, chefe da diplomacia francesa, na reunião do Conselho.

Cerca de “230 milhões de crianças vivem em países ou áreas onde há conflitos armados”, explicou o ministro, assegurando que nesses contextos muitos “continuam sendo recrutados, separados de suas famílias, privados de educação, sonhos e liberdade”.


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