ONU pede a México para investigar ataques a manifestantes

CIDADE DO MÉXICO, 18 NOV (ANSA) – A relatora especial das Nações Unidas sobre os Direitos à Liberdade de Reunião e de Associação Pacíficas, Gina Romero, instou a presidente do México, Claudia Sheinbaum, a investigar os ataques contra “manifestantes pacíficos e jornalistas” durante protestos da Geração Z em vários estados do país realizados no sábado (15).   

Em nota, Romero demonstrou preocupação “pelo uso da força e de armas não letais” contra os participantes, ao mesmo tempo em que fez cinco solicitações, a começar pelo fim da estigmatização dos protestos pacíficos.   

Para a relatora da ONU, é preciso saber diferenciar os verdadeiros “manifestantes daqueles que se envolvem em comportamentos violentos”.   

Ela ainda pediu a investigação de uma “possível infiltração de agentes provocadores”, bem como, o “fornecimento de assistência médica aos feridos” e, por fim, “garantir a independência do judiciário para esclarecer os fatos”.   

Somente na Cidade do México, a manifestação da Geração Z contra as políticas do governo Sheinbaum em relação ao crime violento, terminou com pelo menos 120 pessoas feridas, incluindo 40 policiais, e 20 presas.   

Os manifestantes marcharam na Praça Zócalo, a principal da capital, após o choque causado em todo o México pelo recente assassinato de Carlos Manzo, prefeito de Uruapan, no estado de Michoacán, que se destacou por declarar guerra ao crime organizado.   

Vários manifestantes, alguns usando balaclavas, derrubaram as barreiras que protegiam a área e atiraram pedras contra a polícia de choque, que respondeu com gás lacrimogêneo.   

“Durante várias horas, a manifestação transcorreu pacificamente, até que um grupo de indivíduos encapuzados começou a cometer atos de violência”, disse Pablo Vázquez, chefe de segurança da Cidade do México, a repórteres no final de semana. (ANSA).