O secretário-geral da ONU parabenizou, nesta quarta-feira (22), em Davos, a “grande contribuição” do presidente americano, Donald Trump, ao cessar-fogo acordado no domingo entre Israel e Hamas em Gaza, pouco antes de assumir seu cargo na Casa Branca.
“Houve uma grande contribuição da diplomacia vigorosa de quem era então o presidente eleito dos Estados Unidos”, afirmou Antonio Guterres durante sua intervenção anual do Fórum Econômico Mundial (WEF) na Suíça.
“As negociações estavam em impasse. E de repente aconteceu”, disse Guterres, que também destacou o “trabalho” da administração americana anterior, bem como o do Catar “por meses”.
Anunciado pelos países mediadores (Catar, Egito e Estados Unidos), o objetivo do acordo de cessar-fogo é o “fim definitivo” das hostilidades, segundo Doha, após 15 meses de uma guerra devastadora no território palestino entre Israel e Hamas.
O acordo, que entrou em vigor no domingo, ainda é frágil e pode desmoronar a qualquer momento devido a um processo longo e opaco, advertem os especialistas.
“Esta não é a nossa guerra, é a sua. Mas desconfio”, respondeu Trump na terça-feira a uma jornalista que lhe perguntou se acreditava que as armas se silenciariam de forma duradoura entre os dois beligerantes no território palestino.
Donald Trump exerceu intensa pressão sobre ambos os lados para que se chegasse a um acordo antes de sua posse na segunda-feira.
Durante sua intervenção, o chefe da ONU também alertou sobre o risco de anexação da Cisjordânia por parte de Israel neste contexto instável.
“O que ainda não está claro é o futuro das relações entre israelenses e palestinos. Uma possibilidade é a anexação da Cisjordânia, provavelmente um tipo de caos em Gaza”, disse ele em Davos, considerando que a anexação seria “contrária ao direito internacional e significaria que nunca haverá paz no Oriente Médio”.
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