BOGOTÁ, 19 FEV (ANSA) – A violência desencadeada pela disputa de grupos criminosos por áreas de tráfico de drogas forçou mais de 800 pessoas a se deslocarem no noroeste da Colômbia, informou a Organização das Nações Unidas (ONU) neste domingo (18).   

“Expressamos nossa preocupação sobre a persistência do deslocamento forçado de populações indígenas e de comunidades agrícolas nas áreas rurais de Cáceres, que do dia 19 de janeiro até hoje afetou ao menos 822 pessoas”, disseram a Comissão de Direitos Humanos da ONU e o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) em comunicado.   

Recentemente, agricultores e indígenas fugiram do município rural de Cáceres, na província de Antioquia. As áreas antes controladas pelas guerrilhas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que foram encerradas no ano passado após um acordo de paz, se tornaram pontos de conflito entre grupos criminosos e o grupo rebelde Exército de Libertação Nacional (ELN).   

Os grupos concorrentes estão disputando o controle da lucrativa e ilegal mineração e do cultivo da coca, ingrediente base da cocaína, além de rotas de tráfico que enviam drogas aos consumidores, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. No comunicado, os dois escritórios das Nações Unidas também demonstraram preocupação sobre o aumento no número de homicídios na região de Bajo Cauca, que subiu 255% em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, também afirmaram observar “violações de direitos humanos, tais como ameaças e atentados contra a vida e a integridade de pessoas civis, e violações relacionadas com os direitos econômicos, sociais e culturais”.   

O texto ainda ressalta que a corrupção, a pobreza, a falta de participação política e a falta de acesso a serviços básicos são obstáculos para o restabelecimento de direitos em condições de vida dignas.   

“Pedimos ao Estado para avaliar a eficácia na implementação da política de prevenção e proteção das pessoas, porque até agora as medidas adotadas foram insuficientes para prevenir a ocorrência de novos atos de violência”, acrescentou o texto conjunto. (ANSA).   

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