O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou nesta sexta-feira (15) que os direitos humanos “estão sendo atacados em todo o mundo” e elogiou aqueles que os defendem, durante cerimônia para comemorar o 75º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

“Os direitos humanos estão sendo atacados em todo o mundo”, afirmou Guterres na Assembleia Geral, que lembrou a declaração aprovada em 10 de dezembro de 1948.

“Os conflitos se multiplicam, com consequências terríveis para os civis”, particularmente em Gaza. “As desigualdades se ampliam, a fome e a pobreza aumentam, os direitos das mulheres ficam estagnados ou até retrocedem em alguns casos. O espaço público e a liberdade dos meios de comunicação retrocedem”, lamentou o secretário.

“Ódios seculares ressurgem com força: racismo, xenofobia, intolerância religiosa. Pessoas são tomadas como alvos apenas por sua religião, etnia ou por causa de quem amam. Mas, em todo o mundo, os defensores dos direitos humanos são luzes nas trevas.”

‘Mudam vidas”, arriscando as próprias, destacou Guterres, lembrando que cerca de 450 defensores dos direitos humanos, jornalistas e sindicalistas foram assassinados no ano passado, “40% a mais do que no ano anterior”. O secretário pediu a todos os países que “fortaleçam seu compromisso para tornar realidade os direitos humanos”.

Anna Eleanor Roosevelt, neta da ex-primeira-dama americana que presidiu a redação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, estimou que sua avó hoje “não ficaria encantada” com o estado em que se encontra “esse documento de grande força moral”.

“Ela se dirigiu a esta instituição acreditando que o mundo queria a paz e recebeu uma grande ovação. Receberia a mesma ovação hoje?”, questionou Anna, diante das delegações dos Estados membros da ONU.

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