ONU faz alerta contra plano de Israel para ocupar Gaza

TEL AVIV, 6 AGO (ANSA) – Um alto funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) alertou nesta terça-feira (5) que o plano de expansão das operações militares israelenses dentro da Faixa de Gaza corre o risco de “consequências catastróficas”.   

A declaração foi dada por Miroslav Jenca, secretário-geral assistente da ONU para a Europa, Ásia Central e Américas, em uma reunião do Conselho de Segurança sobre o conflito entre Israel e o Hamas.   

“Uma expansão da guerra colocaria em risco consequências catastróficas para milhões de palestinos e poderia colocar ainda mais em risco as vidas dos reféns que permanecem em Gaza”, ressaltou.   

Segundo Jenca, “não há solução militar para o conflito em Gaza ou para o conflito israelense-palestino mais amplo”.   

O Conselho de Segurança da ONU está reunido em sessão extraordinária, a pedido de Israel, para debater a situação no enclave palestino e dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas.   

Inclusive, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, criticou os países ocidentais que anunciaram sua intenção de reconhecer em breve a Palestina como um Estado.   

“Esses países devem entender as consequências de suas ações. Eu alertei desde já que reconhecer um Estado palestino virtual destruiria a possibilidade de se chegar a um acordo sobre os reféns e o cessar-fogo. Foi exatamente isso que aconteceu”, acusou Sa’ar.   

O Conselho da ONU ocorre em meio a rumores de que o governo do premiê Benjamin Netanyahu teria tomado a decisão de ocupar a Faixa de Gaza em sua totalidade.   

Segundo a imprensa israelense, o plano teria recebido inclusive o aval do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, embora enfrente resistência no comando do Exército e de familiares dos reféns remanescentes em poder do Hamas, que temem que o grupo fundamentalista os execute se esse projeto for levado a cabo.   

Além da Itália, o poder Executivo da UE também “rejeitou” a hipótese de “qualquer modificação demográfica e territorial contrária ao direito internacional”.   

Paralelamente, Trump estaria pretendendo propor um plano para a reconstrução de Gaza, sob liderança dos EUA e com significativo apoio financeiro americano, com a condição de que o Hamas ceda o poder, segundo reportagem do Canal 12.   

“A ideia por trás desta proposta é alavancar a pressão da população de Gaza sobre o Hamas para que ceda o controle. O principal oponente da iniciativa americana é o Catar, que apoia a reconstrução da Faixa, mas sem exigir a saída da organização terrorista”, informou a emissora de TV de maior audiência de Israel. (ANSA).