O emissário da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland, manifestou nesta segunda-feira (19) sua preocupação com a simplificação de um procedimento para facilitar a colonização israelense na Cisjordânia ocupada.

“Estou profundamente preocupado com a decisão tomada ontem [domingo] pelo governo israelense de mudar o procedimento de planejamento em vigor desde 1996, o que aceleraria a expansão das colônia” na Cisjordânia ocupada, declarou o diplomata norueguês em um comunicado divulgado por seu escritório.

Na ausência de um anúncio oficial sobre o assunto, um funcionário do alto escalão israelense indicou à AFP que o governo decidiu no domingo “simplificar os procedimentos administrativos supérfluos no processo de autorização de construções novas”.

Ainda assim, a decisão de outorgar permissões de construções em residências nas colônias da Cisjordânia ocupada continuará nas mãos do primeiro-ministro, explicou o funcionário.

“Apoiamos a construção de milhares de novas residências em Judeia e Samaria”, nome usado por Israel para o território conhecido pela comunidade internacional como Cisjordânia, declarou no domingo o ministro de Finanças, Bezalel Smotrich.

Wennesland lembrou a posição da ONU segundo a qual “o estabelecimento por Israel de colônias nos territórios palestinos ocupados desde 1967, inclusive em Jerusalém Oriental, não tem nenhuma validade legal e é uma violação flagrante do direito internacional”.

Os Estados Unidos e a União Europeia também manifestaram sua “preocupação” com a decisão.

Além de Jerusalém Oriental, ocupada e anexada por Israel, cerca de três milhões de palestinos e 490 mil israelenses vivem na Cisjordânia.

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