Dois funcionários da ONU expressaram, nesta terça-feira (15), seu pessimismo no Conselho de Segurança sobre a deterioração da situação no Iêmen, um país em guerra onde “o espectro da fome voltou”.

“Combates intensificados, necessidades humanitárias crescentes e a pandemia da covid-19 causam estragos”, listou o emissário da ONU Martin Griffiths sobre o Iêmen, um país “que se desvia do caminho da paz”.

Há mais de cinco anos, a guerra do Iêmen opõe rebeldes huthis – apoiados pelo Irã – às forças leais ao governo, reconhecidas pela comunidade internacional e apoiadas por uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita.

“É hora de as partes envolvidas concluírem rapidamente as negociações e finalizarem a Declaração Conjunta” sobre um acordo de paz, disse Griffiths.

O emissário se mostrou especialmente preocupado com a região norte de Marib e informou que o cessar-fogo decretado em dezembro de 2018 na região oeste de Hodeida é violado diariamente.

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, alertou sobre “o espectro da fome”.

“Nas últimas semanas, o conflito se agravou, especialmente no centro do país” e “em agosto morreram mais civis do que em qualquer outro mês deste ano”, disse Lowcock.

“As regiões que sofrem com a fome são as mais afetadas pelos combates”, explicou.

O conflito no Iêmen deixou dezenas de milhares de mortos, a maioria civis, de acordo com várias ONGs.

E cerca de 24 milhões de iemenitas, mais de dois terços da população, precisam de ajuda humanitária, segundo a ONU.