O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) anunciou, nesta quinta-feira (11), que foi obrigado a suspender sua assistência aos afegãos que retornam ao país, depois que as autoridades talibãs impediram suas funcionárias locais de irem ao trabalho.
“Em 9 de setembro, após as instruções das autoridades de fato que proibiam o trabalho das mulheres afegãs no pessoal, o Acnur foi obrigado a suspender suas atividades em seus centros de distribuição de ajuda econômica em todo o Afeganistão”, informou a agência.
“Essa decisão foi tomada por razões operacionais, já que sem funcionárias é impossível entrevistar e coletar informações sobre 52% dos imigrantes que retornam ao país e que são mulheres”, explicou o Acnur em um comunicado publicado no X.
Desde o final de 2023, o Paquistão e o Irã pressionaram mais de quatro milhões de afegãos a retornarem ao seu país.
A agência da ONU garantiu que está mantendo “conversas construtivas” com o governo talibã.
Contactadas pela AFP, as autoridades não comentaram de imediato.
Desde que os talibãs retomaram o poder em 2021, as mulheres afegãs estão proibidas de exercer muitos trabalhos, frequentar parques, salões de beleza e até mesquitas, e também estão proibidas de frequentar a escola a partir dos 12 anos.
No domingo, as funcionárias afegãs da ONU não puderam acessar as instalações da organização em Cabul, informou a Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (Unama).
Essa situação se repetiu em todo o país, “com base em notificações escritas ou orais” do governo talibã, acrescentou.
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