A ONU denunciou, nesta segunda-feira (6), “qualquer decisão que faça retroceder a liberdade de imprensa”, em reação à decisão do governo israelense de fechar os escritórios do canal catari Al-Jazeera e proibir sua difusão, o que também recebeu críticas de Washington.

“Quanto ao fechamento do escritório da Al Jazeera em Israel […], deixamos claro que nos opomos firmemente a qualquer decisão que faça retroceder a liberdade de imprensa”, afirmou Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.

“Uma imprensa livre proporciona um serviço imensurável para garantir que o público esteja informado e comprometido”, acrescentou.

Os Estados Unidos, por sua vez, também criticaram o fechamento da emissora televisiva.

“Acreditamos que a Al Jazeera deveria poder operar em Israel e em outros países da região”, declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, que acrescentou que os Estados Unidos estão “bastante preocupados” com a decisão israelense.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou no domingo que seu governo havia decidido, por unanimidade, fechar o canal, alegando desinformação em sua cobertura do conflito em Gaza com o grupo islamista palestino Hamas.

A medida estará vigente por um período de 45 dias, renovável.

A emissora de notícias com sede em Doha deixou de transmitir em Israel poucas horas depois do anúncio. Além disso, parte de seu equipamento foi apreendido.

A Al Jazeera é alvo de críticas há meses por parte do governo Netanyahu, embora a queda de braço entre ambos tenha começado muito antes da guerra em Gaza, desencadeada em outubro após um ataque surpresa do Hamas.

O escritório da emissora na Faixa de Gaza foi bombardeado e dois de seus correspondentes morreram.

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