Cerca de 100.000 venezuelanos que saíram do país pediram o status de refugiado desde o início de 2017, indicou nesta terça-feira (13) o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

Segundo essa agência da ONU, desde 2014 foram registradas 145.000 solicitações de asilo de venezuelanos, um terço até 2016 e os outros dois terços no ano passado.

A Acnur também divulgou, nesta terça-feira, uma série de recomendações para ajudar os países da região a lidarem com a situação, um “plano de resposta regional” que inclui oito países, explicou a porta-voz da agência Aikatarina Kitidi em uma coletiva de imprensa.

“Tendo em conta a situação da Venezuela, é crucial que as pessoas não sejam deportadas ou forçadas a voltar”, disse Kitidi.

A Venezuela sofre as consequências de uma enorme inflação e da escassez de alimentos e remédios.

A Acnur pediu aos países da região que se mostrem “solidários” com os venezuelanos.

A agência alertou que cada vez mais venezuelanos, particularmente os que vivem no exterior sem proteção jurídica, são “vulneráveis” a fenômenos como “a exploração, o tráfico de pessoas, a violência, os abusos sexuais, a discriminação e a xenofobia”.

Segundo o serviço de migrações da Colômbia, cerca de 550.000 venezuelanos vivem em território colombiano legal ou ilegalmente, um número que deveria chegar a um milhão ao final deste semestre.

Em fevereiro, a Colômbia anunciou novos controles migratórios e de segurança em sua fronteira com a Venezuela, com a implementação de 2.120 agentes suplementares.

O Brasil também reforçou sua presença militar em sua fronteira com a Venezuela e declarou o “estado de urgência social” em Roraima para lidar com os 40.000 venezuelanos que chegaram à cidade de Boa Vista.

As autoridades brasileiras anunciaram, ainda, medidas de urgência para melhorar a proteção social, a saúde e a segurança nas localidades aonde chegaram os migrantes venezuelanos.