Um funcionário do alto escalão da ONU condenou, nesta sexta-feira (7), a violência contra as mulheres na República Democrática do Congo (RDC), onde 31.000 casos de estupro e agressão foram registrados apenas no primeiro trimestre, o que “encarna a desumanidade dos homens”, declarou.

A violência de gênero “é generalizada em partes do leste do Congo, entre populações deslocadas de Ituri”, disse em entrevista coletiva o responsável da ONU para assuntos humanitários, Martin Griffiths. “Não quero repetir as estatísticas e histórias do cotidiano dessas mulheres e jovens que são vítimas do comportamento imprudente daqueles que controlam suas vidas, mas isto vai além do imaginável.”

Nos três primeiros meses de 2023, a organização registrou 31.000 casos de violência de gênero, o que, segundo Griffiths, é bem inferior à realidade, devido ao baixo número de denúncias. Se o ritmo atual se mantiver, “chegará ao número extraordinário de 125 mil casos neste ano”, previu.

“A RDC encarna, para mim, a natureza espantosa da desumanidade dos homens. Temos que alertar para este problema, porque ele não acontece apenas naquele país”, ressaltou Griffiths.

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