Os direitos das mulheres e das minorias sofrem um “retrocesso” em todo o mundo e se tornaram “bodes expiatórios”, denunciou o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, nesta segunda-feira (16).
Os programas de diversidade têm sido tema de muitos debates desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca.
Nos últimos anos, os programas americanos “Diversidade, Equidade e Inclusão” (DEI) foram criticados por conservadores e as críticas se intensificaram desde o início do segundo mandato de Trump.
As empresas que implementam tais políticas enfrentam potenciais ações judiciais e várias grandes marcas, incluindo Meta e McDonald’s, eliminaram seus programas de DEI ou os reduziram drasticamente.
Esse retrocesso, no entanto, não se limita aos Estados Unidos. “As tensões sociais frequentemente decorrem da discriminação sistêmica de longa data com base em raça, religião, sexo, orientação sexual, identidade de gênero, condição de migrante, casta e outras características”, disse Türk.
“As políticas para abordar essa discriminação tiveram sucessos significativos em todas as regiões do mundo”, acrescentou.
“Quando observamos o retrocesso em relação a tais políticas, vemos o que ele realmente é: uma distorção fundamental que revela uma decisão estratégica de usar grupos vulneráveis como bodes expiatórios”, denunciou.
O alto comissário também denunciou a persistência do “legado brutal do colonialismo”. “O racismo continua sendo uma praga”, acrescentou, lamentando que “pessoas de ascendência africana continuem sofrendo desproporcionalmente com o uso excessivo da força”.
Türk também alertou para o aumento da discriminação contra as mulheres, assim como para “restrições legais, discurso de ódio e até violência” contra pessoas LGBTQIA+.
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