A missão de paz da ONU no Líbano informou que três de seus observadores e um tradutor que os acompanhava ficaram feridos, neste sábado (30), em uma explosão no sul do país, onde ocorrem confrontos diários entre Israel e o movimento Hezbollah.

A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) supervisiona a chamada Linha Azul, demarcação que separa Israel do Líbano, estabelecida pela ONU no ano 2000, quando as tropas israelenses saíram do sul do país vizinho.

Esta missão de manutenção da paz é apoiada pela Organização da ONU para a Vigilância da Trégua (UNTSO).

“Três observadores da UNTSO e um tradutor libanês patrulhavam a pé ao longo da Linha Azul”, quando “foram feridos por uma explosão”, declarou Andrea Tenenti, porta-voz da Finul.

Segundo o governo norueguês, um de seus cidadãos ficou ferido e a Finul informou que outros dois observadores são um chileno e um australiano.

A UNTSO foi criada em 1948 após a primeira guerra árabe-israelense e é composta por observadores não armados. Além disso, a ONU tem destacados na fronteira com Israel cerca de 10.000 capacetes azuis que integram a Finul.

Os feridos foram “evacuados para serem atendidos” e a Finul está “investigando a origem da explosão”, acrescentou Tenenti.

“É preciso que se garanta a segurança do pessoal da ONU”, ressaltou a Finul em um comunicado, instando “todos os atores a porem um fim às intensas trocas de tiros”.

A agência de imprensa oficial libanesa ANI afirmou que “a aviação inimiga”, em referência a Israel, havia bombardeado a região de Rmeish, onde ocorreu o incidente, e acrescentou que os disparos foram dirigidos contra a patrulha.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, condenou o ocorrido, que classificou de “incidente perigoso”, segundo um comunicado.

Por sua vez, o Exército israelense garantiu que, “ao contrário das informações na imprensa, o Exército não atacou um veículo da Finul na região de Rmeish”.

Há quase seis meses, quando explodiu a guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, as hostilidades entre o Exército israelense e o Hezbollah, aliado do movimento islamista palestino, são praticamente diárias na fronteira entre Israel e Líbano.

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