A missão de paz da ONU no Líbano informou que três de seus observadores e um tradutor que os acompanhava ficaram feridos, neste sábado (30), em uma explosão no sul do país, onde ocorrem confrontos diários entre Israel e o movimento Hezbollah.

A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul) supervisiona a chamada Linha Azul, demarcação que separa Israel do Líbano, estabelecida pela ONU no ano 2000, quando as tropas israelenses saíram do sul do Líbano.

Esta missão de manutenção da paz é apoiada pela Organização da ONU para a Vigilância da Trégua (UNTSO).

“Três observadores da UNTSO e um tradutor libanês patrulhavam a pé ao longo da Linha Azul”, quando “foram feridos por uma explosão”, declarou Andrea Tenenti, porta-voz da Finul.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, “condena” a explosão deste sábado e expressou sua “grave preocupação” com a frequente troca de tiros ao longo da Linha Azul, ressaltou seu porta-voz, Stéphane Dujarric, em um comunicado.

Segundo o governo norueguês, um de seus cidadãos ficou ferido e a Finul informou que outros dois observadores são um chileno e um australiano.

O Ministério da Defesa Nacional do Chile informou, em nota, que a major do Exército chileno, Antonieta Durán Arriagada, ficou ferida no “incidente” e foi transferida para o hospital Saint George, de Beirute.

A major está “fora de perigo vital”, destacou o Ministério.

A UNTSO foi criada em 1948 após a primeira guerra árabe-israelense e é composta por observadores não armados. Além disso, a ONU tem destacados na fronteira com Israel cerca de 10.000 capacetes azuis que integram a Finul.

Os feridos foram “evacuados para serem atendidos” e a Finul está “investigando a origem da explosão”, acrescentou Tenenti.

“É preciso que se garanta a segurança do pessoal da ONU”, ressaltou a Finul em um comunicado, instando “todos os atores a porem um fim às intensas trocas de tiros”.

A agência de imprensa oficial libanesa ANI afirmou que “a aviação inimiga”, em referência a Israel, havia bombardeado a região de Rmeish, onde ocorreu o incidente, e acrescentou que os disparos foram dirigidos contra a patrulha.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, condenou o ocorrido, que classificou de “incidente perigoso”, segundo um comunicado.

Por sua vez, o Exército israelense garantiu que, “ao contrário das informações na imprensa, o Exército não atacou um veículo da Finul na região de Rmeish”.

Há quase seis meses, quando teve início a guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, as hostilidades entre o Exército israelense e o Hezbollah, aliado do movimento islamista palestino, são praticamente diárias na fronteira entre Israel e Líbano.

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