ROMA E GENEBRA, 11 SET (ANSA) – A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou que há uma “limpeza étnica” feita por militares de Myanmar contra a minoria muçulmana rohingya.   

Segundo declaração do alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al-Hussein, dada nesta segunda-feira (11), há no país “um clássico exemplo de limpeza étnica” e fez um apelo para que o governo ordene que o Exército “pare imediatamente as cruéis operações militares”. “Em Myanmar, uma outra brutal operação de segurança está ocorrendo no estado de Rakhine e, dessa vez, aparentemente em uma grande escala”, acrescentou durante discurso na entidade.   

Essa operação seria uma resposta dos militares aos ataques contra postos policiais ocorridos no dia 25 de agosto feito por um grupo que “defende” os rohingyas e que deixou mais de 70 mortos.   

“No ano passado, nós alertamos que o modelo das violações dos direitos humanos contra os rohingyas sugeriam um ataque difuso ou sistemático contra a comunidade, equivalente a crimes contra a humanidade, se assim estabelecer um tribunal. Isso porque Myanmar impediu o acesso de especialistas de direitos humanos. A situação atual não podem ser plenamente avaliada, mas parece um exemplo do que há nos livros sobre uma limpeza étnica”, discursou.   

De acordo com a ONU, cerca de 300 mil rohingyas fugiram nas últimas semanas para o país vizinho, Bangladesh, para fugir das perseguições. A minoria muçulmana, historicamente, sempre morou em Myanmar, mas, por ordens do governo, eles não têm acesso a serviços básicos, como saúde e educação. Para receberem algum serviço, eles precisam pedir uma autorização do governo.   

A atual líder “de fato” do país é a Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, que vem sendo muito criticada por não proteger a minoria e não se manifestar firmemente sobre o tema. Até uma petição online está pedindo para que o Comitê do Nobel retire o prêmio dela.   

Na última semana, uma declaração de Suu Kyi surgiu em um documento do governo turco, em que ela afirmava que havia “uma avalanche” de “notícias falsas” sobre a crise. (ANSA)