Especialistas da ONU para o Iêmen informam sobre uma série de crimes de guerra cometidos desde o início do conflito, em um relatório especial apresentado à imprensa.

“Ninguém tem as mãos limpas nesse conflito”, assegurou Charles Garraway, um dos membros do grupo.

Criado pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em 2017, o grupo de especialistas identificou as “pessoas suscetíveis de serem responsáveis por crimes internacionais e transmitiu esses nomes” à alta comissária de Direitos Humanos, a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet.

O relatório detalha como os crimes de guerra cometidos nos ataques aéreos no Iêmen foram direcionados indiscriminadamente contra civis. Expõe ainda o uso da fome como arma de guerra, assim como tortura, estupro, detenção arbitrária e forçada e recrutamento de menores.

Desde 2014, a guerra no Iêmen deixou milhares de mortos, incluindo muitos civis, e causou neste país, o mais pobre da península arábica, a pior crise humanitária atualmente no mundo, segundo a ONU.

O grupo, que conseguiu realizar cerca de 600 entrevistas com vítimas e testemunhas, pediu à comunidade internacional que não forneça armas para serem usadas no conflito.

Uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita está envolvida na guerra do Iêmen desde 2015 em apoio às forças do governo contra os rebeldes xiitas. Em 2014, estes últimos assumiram o controle de amplas faixas do território, incluindo a capital do país, Sanaa.