ONU denuncia 613 homicídios em áreas humanitárias em Gaza

ROMA, 4 JUL (ANSA) – A agência de Direitos Humanos das Nações Unidas (Acdudh) informou nesta sexta-feira (4) ter registrado ao menos 613 homicídios na Faixa de Gaza, dos quais 509 ocorreram em áreas administradas pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma organização dos Estados Unidos com apoio de Israel, e os demais, em zonas ligadas a outros grupos humanitários. Os dados se referem até o último 27 de junho.   

A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, afirmou não poder atribuir a responsabilidade pelos assassinatos, mas destacou que “está claro que o exército israelense bombardeou e atirou contra palestinos que tentavam chegar aos pontos de distribuição” controlados pela GHF.   

Mas o presidente da GHF, reverendo Johnnie Moore, negou que os homicídios tenham acontecido nas áreas geridas pela fundação, atribuindo as ofensivas ao grupo fundamentalista árabe Hamas, que governa o enclave.   

“O Hamas matou e feriu civis em Gaza de forma intencional com o objetivo de atribuir estas mortes a nós, a fim de pressionar organizações internacionais e nos desacreditar”, declarou Moore.   

Segundo ele, “a imprensa internacional está vinculando os locais da GHF à violência que de fato ocorreu perto de comboios ou grupos da ONU nas proximidades”.   

Sobre o número de mortos e feridos no enclave, que de acordo com o Hamas ultrapassou 55 mil óbitos desde o início da guerra, em outubro de 2023, Moore acusou a Al Jazeera e outros veículos de comunicação de se basearem em dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo árabe. No entanto pesquisas independentes internacionais afirmam que o número de mortos divulgado pela pasta é subestimado, sendo muito maior. (ANSA).