Ao menos 183 pessoas morreram desde julho em confrontos no estado etíope de Amhara, assolado pela violência, anunciou a ONU nesta terça-feira (29).

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos expressou “preocupação com situação dos direitos humanos” no país desde a instauração do estado de exceção no início de agosto e mencionou informações sobre “detenções em larga escala”.

“Na região de Amhara, após a intensificação dos confrontos entre o Exército etíope e a milícia regional Fano, e a declaração de estado de emergência em 4 de agosto, a situação piorou consideravelmente”, declarou a porta-voz Marta Hurtado.

“Ao menos 183 pessoas morreram nos confrontos desde julho, segundo informações obtidas pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos”, acrescentou.

Amhara, o segundo estado mais populoso da Etiópia, é cenário desde abril de episódios de violência, desencadeados pela vontade do governo federal de desmantelar as “forças especiais”.

O governo federal decretou estado de emergência em 4 de agosto, após novos combates no início de julho entre o Exército federal e os nacionalistas amhara, incluindo membros da milícia regional de “autodefesa” Fano.

A medida permite a detenção de suspeitos sem uma ordem judicial, a imposição de toque de recolher e a proibição de reuniões públicas.

A tensão em Amhara aumentou desde que o primeiro-ministro Abiy Ahmed anunciou que desejava desmantelar as “força especiais”, ou seja, as unidades paramilitares criadas por vários estados regionais há 25 anos.

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