Milhares de afegãos estão deixando o Irã devido à guerra com Israel e estão indo em direção ao sul do país, uma das nações mais pobres do mundo com uma severa crise humanitária, alertaram as Nações Unidas nesta segunda-feira (23).
No Afeganistão, onde os talibãs voltaram ao poder em 2021, quase 15 milhões de pessoas passam fome, segundo um relatório do Programa Mundial de Alimentos (PMA), organismo que pertence à ONU.
“Dados os preocupantes acontecimentos na região, as agências da ONU se preparam para potenciais movimentos transfronteiriços a partir do Irã. Apenas nos últimos dias, os retornos a partir do Irã superaram os 10.000 diários”, disse a chefe da missão da ONU no Afeganistão, Roza Otunbayeva, ao Conselho de Segurança.
Em meio a uma campanha de deportações de afegãos do Paquistão e Irã, mas de 600.000 afegãos já voltaram para seu país durante esse ano, detalhou Otunbayeva.
As comunidades e as autoridades no Afeganistão estão tentando absorver a população que está retornando, “mas sem assistência internacional, os retornos seguros, ordenados e pacíficos têm um limite”, acrescentou a funcionária.
A subchefe de operações humanitárias da ONU, Joyce Msuya, avaliou que o Afeganistão precisa de recursos e serviços para atender os 60.000 afegãos que voltaram este ano.
A metade da população precisa de ajuda humanitária, um a cada cinco afegãos passa fome e 3,5 milhões de crianças sofrem de desnutrição aguda, disse Msuya.
Ela também acrescentou que algumas regiões do país estão à beira da seca pela quarta vez em cinco anos e Cabul está sob o risco de ficar sem água.
Nas últimas décadas, milhões de afegãos fugiram de seu país para escapar das sucessivas guerras e centenas de milhares saíram desde que os talibãs voltaram ao poder em 2021.
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