14/04/2021 - 18:53
A crise humanitária e econômica provocada pela erupção do vulcão La Soufriere na ilha caribenha de São Vicente e Granadinas durará meses e poderia se estender para outras ilhas, advertiu a ONU nesta quarta-feira (14).
As Nações Unidas pediram, assim, um aumento da ajuda internacional ao pequeno país, atualmente membro não permanente do Conselho de Segurança.
“Esta é uma crise que exigirá uma resposta em termos humanitários, mas também de reabilitação que durará pelo menos seis meses e provavelmente nove”, disse Didier Trebucq, coordenador da ONU para Barbados e o Caribe oriental, em uma videoconferência com jornalistas em Nova York.
Ele disse que as explosões dentro do vulcão, que não havia entrado em erupção desde 1979, continuavam diariamente, provocando nuvens de cinzas.
A ilha de São Vicente e Granadinas tem uma população de 110.000 habitantes, dos quais 20.000 tiveram que ser evacuados. Cerca de 4.000 pessoas foram transferidas para refúgios, mas “esse número está crescendo”, disse o funcionário da ONU.
A prioridade máxima é o abastecimento de água, disse Trebucq, que está em Barbados. Temos que “nos assegurar de que as pessoas mais vulneráveis estão hoje nos refúgios que puderem receber esta ajuda humanitária de emergência”, disse, enquanto um navio militar francês, Le Ventôse, chegava nesta quarta a São Vicente levando água e 75 toneladas de ajuda humanitária.
“É difícil dizer quanto isto vai durar. Por experiências anteriores, sabemos que durará mais de seis meses. Dependerá da duração da erupção do vulcão. É possível que dure algumas semanas, também é possível que dure vários meses”, disse.
“Há consequências a médio e longo prazo pelo impacto socioeconômico em ilhas como São Vicente e Granadinas, Barbados, Antigua e Barbuda, Santa Luzia, Granada e São Cristóvão e Neves, entre outras”. Tratam-se de “ilhas muito próximas a São Vicente” e “as ilhas francesas de Martinica e Guadalupe também podem ser afetadas em função da direção dos ventos e de onde se depositar a cinza do vulcão”, disse Trebucq.
Ao pedir maior mobilização internacional para ajudar São Vicente, o funcionário da ONU lembrou que faltam dois meses para a temporada de furacões na região e que a principal fonte de renda das ilhas caribenhas, o turismo, leva um ano sem funcionar devido à pandemia de covid-19.