As mudanças climáticas representam uma ameaça para a saúde por causa do aumento dos desastres meteorológicos e do calor extremo, advertiu a ONU nesta quinta-feira (2), razão pela qual pediu serviços de alerta mais eficientes para atenuar os efeitos mais nocivos.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), das Nações Unidas, a informação sobre o clima não está suficientemente integrada no planejamento dos serviços de saúde.

“As mudanças climáticas ameaçam anular décadas de avanços para uma saúde e um bem-estar melhores, principalmente nas comunidades mais vulneráveis”, advertiu a OMM.

O relatório anual da OMM sobre os serviços climáticos indica que é necessária informação adaptada sobre esta área para ajudar o setor da saúde diante de condições meteorológicas cada vez mais extremas, da má qualidade do ar, de doenças infecciosas e da insegurança alimentar e hídrica.

A OMM aponta que de todas as condições climáticas extremas, as fortes ondas de calor são a causa de maior mortalidade, mas que só metade dos tomadores de decisão nos países afetados tem acesso a serviços de alerta.

Entre 2000 e 2019, estima-se que cerca de 489.000 pessoas tenham morrido a cada ano devido ao calor, segundo a OMM.

Menos de um quarto dos ministérios da Saúde dispõe de um sistema de vigilância sanitária baseado na informação meteorológica para monitorar os riscos para a saúde relacionados com o clima.

Segundo o informe da OMM, os países com alertas limitados têm uma mortalidade por desastres oito vezes maior do que aqueles com alertas completos.

O número de desastres de média ou grande escala “deverá alcançar 560 por ano, ou seja, 1,5 por dia, até 2030”, ressaltou a agência.

“A crise climática é uma crise de saúde, que implica fenômenos meteorológicos mais graves e imprevisíveis, alimenta epidemias e contribui para o aumento das taxas de doenças não transmissíveis”, disse o diretor da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

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