A ONU alertou, nesta segunda-feira (21), contra a “normalização” da rejeição de refugiados nas fronteiras da Europa e denunciou a violência e as violações dos direitos humanos que provocaram mortes.
“O que acontece nas fronteiras da Europa é legal e moralmente inaceitável e tem que acabar”, escreveu o alto comissário para os refugiados, Filippo Grandi, que disse temer que “essas práticas deploráveis se normalizem e se tornem regra”.
“Violência, maus-tratos e expulsões continuam a acontecer em vários pontos de entrada nas fronteiras terrestres e marítimas, dentro e fora da União Europeia, apesar dos reiterados apelos para se pôr fim a estas práticas”, declarou em em comunicado.
Ele destacou, em particular, informações relativas às fronteiras terrestres e marítimas da Grécia com a Turquia, observando que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) registrou a denúncia de 540 incidentes de expulsões informais por parte da Grécia desde 2020.
“Também são relatados incidentes preocupantes na Europa Central e do Sudeste, nas fronteiras com os Estados-Membros da UE”, completou Grandi.
Embora muitos dos episódios de expulsão ilegal e de violações dos direitos não sejam divulgados, o Acnur conversou com milhares de pessoas vítimas destas práticas. Segundo Grandi, há “um padrão preocupante de ameaças, intimidações, violência e humilhação”.
O ACNUR também denuncia a forma como os migrantes e refugiados são tratados no mar pelos traficantes de pessoas.
“No mar, muitas pessoas dizem terem sido deixadas à deriva (…) e, às vezes, são obrigadas a pular na água, o que mostra uma cruel falta de consideração pela vida humana”, criticou o alto comissário.