O enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, alertou nesta quarta-feira (21) para o risco de uma retomada do conflito no país, que tenta se reconstruir após décadas de ditadura de Bashar al-Assad.
Pedersen se reportou de Damasco ao Conselho de Segurança da ONU, após uma série de ataques mortais contra as minorias alauita e drusa na Síria, onde combatentes liderados por islamistas derrubaram o então presidente Assad em dezembro, encerrando uma guerra civil brutal que começou em 2011.
“Os desafios que a Síria enfrenta são imensos e os perigos reais de um novo conflito e de ainda mais fragmentação não foram superados”, disse Pedersen em videoconferência.
“Continuo preocupado com uma possível nova violência e o enfraquecimento da confiança que estes atos inevitavelmente provocam”, acrescentou.
Ele se referiu em particular aos ataques de março contra a comunidade alauita, associada ao clã Assad, e à violência contra os drusos em abril, em meio ao que Pedersen chamou de altas tensões sectárias.
Na terça-feira, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, alertou que a Síria poderia estar a semanas de uma guerra civil de “proporções épicas” e pediu apoio para as novas autoridades.
Apesar dos alertas importantes, Pedersen expressou satisfação com o anúncio do levantamento das sanções americanas sobre a Síria e com a decisão da União Europeia de fazer o mesmo, considerando uma resposta às esperanças dos sírios de “sucesso” na transição do país.
Pedersen também condenou mais uma vez os ataques israelenses “inaceitáveis” em território sírio. E expressou preocupação com o aumento de ataques do grupo Estado Islâmico em várias partes da Síria.
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