Gerente de uma loja de materiais de construção, Cezar Donizetti Vieira, de 54 anos, voltou ontem à Delegacia de Bertioga para fornecer informações sobre o acidente que deixou 18 mortos na rodovia que liga a cidade a Mogi das Cruzes. Abalado, Vieira relatou ter visto o momento exato em que o veículo tombou, após ter tocado no seu carro. “Vim aqui sem ser convocado para conversar com o delegado e tentar não falar mais.”

O homem havia deixado São Miguel Paulista, na zona leste da capital, com a mulher e a irmã. Ele disse ter encontrado dois fretados na estrada e, com a visibilidade prejudicada por causa da neblina, decidiu segui-los por ter notado a experiência dos condutores. Ao chegar ao trecho de serra, porém, a visibilidade melhorou e, por isso, decidiu fazer a ultrapassagem e seguir viagem.

Próximo do km 84 da Rodovia Mogi-Bertioga, ele relatou ter notado a aproximação rápida de um dos ônibus do seu lado na pista. “Fiz a curva e via aqueles faróis grandes. Na outra curva, já era um paredão me empurrando”, disse.

Segundo ele, a mulher e a irmã começaram a gritar, assustadas com o contato. O ônibus atingiu a lateral de seu veículo, quebrando um dos retrovisores e arranhando a lataria, antes de tombar na pista e cair na vala. “Acho que meu carro escorou o ônibus e evitou que ele caísse no abismo, onde acho que todos morreriam.” Após o acidente, Vieira seguiu até uma base da Policia Rodoviária Estadual, onde avisou sobre o acidente. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.