ONGs israelenses admitem que país comete genocídio em Gaza

TEL AVIV, 28 JUL (ANSA) – Duas ONGs israelenses admitiram que “Israel está cometendo um genocídio na Faixa de Gaza”, marcando a primeira declaração do gênero desde o início da guerra no enclave há quase dois anos.   

As organizações B’Tselem e Médicos para os Direitos Humanos se manifestaram em publicações separadas.   

“Nada te prepara para saber que você faz parte de uma sociedade que está cometendo genocídio. Este é um momento profundamente doloroso para nós”, declarou Yuli Novak, diretora executiva da B’Tselem, durante uma coletiva de imprensa em Jerusalém.   

De acordo com um anúncio feito no sábado (26) pelo governo de Gaza, controlado pelo grupo fundamentalista Hamas, 100 mil crianças de menos de dois anos de idade, incluindo 40 mil bebês recém-nascidos, arriscam morrer de fome no enclave.   

Na última semana, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou que toda a população de Gaza vive uma grave escassez de suprimentos básicos e que “fome está batendo à porta de todos” no território.   

Já a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa) afirmou na semana passada que mais de mil pessoas foram assassinadas enquanto tentavam obter ajuda humanitária em Gaza desde o fim de maio, quando Israel encerrou o bloqueio à entrada de ajuda humanitária no território, mas concentrou a distribuição de itens de primeira necessidade em uma organização liderada por um pastor evangélico americano e ex-assessor de campanha do presidente Donald Trump, Johnnie Moore, a Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês).   

“Os civis não podem ser alvos. As imagens provenientes de Gaza são insuportáveis”, escreveu há alguns dias no X a presidente do poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen. (ANSA).