A Venezuela registrou cerca de 125.000 casos de malária entre janeiro e julho de 2016, em comparação com os 136.000 notificados durante todo o ano passado, denunciaram nesta segunda-feira organizações não governamentais dedicadas à saúde e líderes da oposição.
“Retrocedemos 75 anos na luta contra a malária. (…) Este ano, até 23 de julho, havia mais de 125.000 casos registrados, e hoje provavelmente já ultrapassamos o recorde de 136.000 que tivemos em 2015”, declarou a jornalistas Bernardo Guerra, médico e membro do partido opositor Ação Democrática.
Guerra afirmou que os dados correspondem a um “relatório oficial” do Ministério da Saúde, que acusou de “manter oculta a informação”.
A ministra da Saúde, Luisana Melo, que não se referiu diretamente a registros sobre a malária, anunciou em janeiro passado que seu gabinete priorizou programas para prevenir e tratar doenças transmitidas por picadas de mosquitos, como malária, dengue e zika.
A Rede Defendamos a Epidemiologia – vinculada à ONG Observatório Venezuelano da Saúde (OVS) – afirma que o número de contágios neste ano já ultrapassou 130.000, segundo a imprensa.
“Não sei se foram feitas as atividades suficientes desde o ponto de vista de política sanitária para combater a epidemia”, advertiu Guerra, acrescentando que 80% dos casos foram registrados em Bolívar (sul), mas que “houve uma expansão” a outros 15 dos 24 estados do país.
A Venezuela erradicou a malária em 1961, segundo certificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), mas a doença reapareceu nos últimos anos.
De acordo com a OMS, foram registrados 214 milhões de casos de malária em 2015 no mundo todo, com uma diminuição de 18% desde o ano 2000.