A ONG Human Rights Watch (HRW) acusou a Meta, nesta quinta-feira (21), de restringir conteúdos pró-palestinos no Facebook e no Instagram, denunciando a “censura on-line sistêmica” desde o início da guerra entre Israel e o Hamas.

“As políticas e os sistemas de moderação de conteúdo da Meta estão silenciando cada vez mais as vozes a favor da Palestina no Instagram e no Facebook”, escreveu a ONG em um relatório de 51 páginas divulgado hoje.

Esta censura é “particularmente prejudicial em um período de terríveis atrocidades e de repressão que já sufocam as vozes dos palestinos”, afirmou a vice-diretora interina da divisão de Tecnologia e Direitos Humanos da HRW, Deborah Brown, citada no comunicado da ONG.

Na terça-feira, o conselho de supervisão independente da Meta criticou as plataformas do gigante das redes sociais por uma política de moderação excessivamente restritiva, em meio ao conflito entre Israel e o Hamas.

A guerra entre Israel e o Hamas foi deflagrada em 7 de outubro por um ataque sem precedentes do movimento islamista palestino em solo israelense, matando cerca de 1.140 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números israelenses.

O Ministério da Saúde do Hamas em Gaza anunciou o balanço de 20.000 mortes desde o início dos bombardeios israelenses, principalmente mulheres, crianças e adolescentes.

Em seu relatório com o título “Promessas quebradas da Meta: Censura sistêmica de conteúdos pró-palestinos no Instagram e no Facebook”, a HRW considera que “a censura da Meta contribui para apagar o sofrimento dos palestinos”.

A ONG detalha a exclusão de conteúdos, a suspensão, ou a exclusão de contas, a impossibilidade de interagir com o conteúdo, ou a impossibilidade de seguir contas.

No total, a ONG examinou 1.050 “casos de censura e outras supressões de conteúdos em mais de 60 países” no Instagram e no Facebook, entre outubro e novembro.

Deste total, 1.049 se referiam a “conteúdos pacíficos a favor da Palestina, enquanto um caso se referia à supressão de conteúdos a favor de Israel”, relatou a ONG, que pede à Meta que “alinhe suas políticas e práticas de moderação de conteúdos com as normas internacionais de direitos humanos”.

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