Os líderes do grupo criminoso Trem de Aragua fugiram para o exterior antes de as autoridades ocuparem a prisão de onde eles atuavam na Venezuela, denunciou, nesta sexta-feira (22), uma organização que defende os direitos humanos dos reclusos.

Mais de 11 mil efetivos, com o apoio de blindados, tomaram anteontem a prisão de Tocorón, centro de operações dessa gangue venezuelana, que atua em vários países da América Latina. Não foram reportados feridos, embora tenha sido apreendidas armas de guerra.

“Os presos mais violentos, ou seja, os ‘pranes’, já haviam negociado a desocupação do local e emigraram há uma semana”, denunciou a ONG Observatório Venezuelano de Prisões (OVV), sem citar para que países eles teriam ido.

Os ‘pranes’, como são chamados na Venezuela os líderes dos detentos, tinham tamanho controle que construíram na prisão uma espécie de cidadela, com uma boate de luxo, um zoológico e um campo de beisebol.

O OVV acusou as autoridades de falta de transparência e exigiu informações sobre os líderes criminosos que estavam detidos em Tocorón. “Três dias depois, não há rastros de Héctor Rusthenford Guerrero Flores, vulgo “Niño” Guerrero, líder máximo da prisão e do Trem de Aragua, nem de nenhum dos outros líderes.”

O ministro do Interior, almirante Remigio Ceballos, informou que quatro funcionários da prisão foram presos, acusados de colaborar com os criminosos. “Gostaríamos de saber mais sobre como esses funcionários fizeram para entrar com foguetes autopropulsados e armas longas sem a cumplicidade de muitas outras pessoas”, ressaltou o OVV.

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