Em 2001, a administradora de empresas Eliane Miada, pós-graduada em gestão empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, e o americano Steven Dubner, professor de educação  física e treinador de atletas paralímpicos nos Estados Unidos e no Brasil, estavam incomodados com o fato de não existir em São Paulo um espaço para crianças com deficiência praticarem esportes. “O que havia eram iniciativas isoladas, bastante restritivas e sem qualquer metodologia”, diz Eliane. “Queríamos algo mais abrangente e que permitisse aos jovens estudar e ao mesmo tempo desenvolver a paixão por alguma modalidade.”

Foi graças ao esforço e à tenacidade da dupla que surgiu a Associação Desportiva para Deficientes (ADD), hoje em dia referência na iniciação esportiva paralímpica do país. O projeto começou com dez crianças, no basquete em cadeira de rodas, e o apoio informal de algumas empresas. Naquela época, não havia sequer cadeira de basquete infantil no Brasil. A ADD desenvolveu o equipamento com a ajuda de estudantes do Pueri Domus, um dos colégios mais tradicionais da capital paulista, que cedia sua quadra para os treinos das crianças. “Levamos o projeto para um fabricante e assim criamos as primeiras
cadeiras para os pequenos treinarem basquete”, diz Eliane.

A add mantém parceria com a universidade loma linda, na califórnia, para a produção de próteses sob medida para atletas de alto rendimento

A seriedade do trabalho convenceu outras empresas e escolas ase tornarem parceiras da ADD e o programa prosperou. Daniel Dias, maior atleta paralímpico do país (24 medalhas conquistadas em Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016), deu suas primeiras braçadas na ADD, onde permaneceu por dois anos até partir para voos mais altos. Grandes nomes do esporte brasileiro, como Paola Kokler, com duas participações paralímpicas no basquete em cadeira de rodas, e o corredor de provas longas Paulo Almeida, vencedor das maratonas de Chicago e da Disney para amputados, também despontaram graças ao suporte da entidade.

Atualmente, o projeto da ADD atende 70 crianças na iniciação esportiva (muitas delas disputaram Paralimpíadas Escolares) e 100 competidores de alto rendimento em modalidades como atletismo, basquete em cadeira de rodas, bocha e natação, além de ajudar seus integrantes a conseguir bolsas de estudo em escolas e universidades. A ADD mantém também uma parceria com a Universidade Loma Linda, na Califórnia, Estados Unidos, para a produção de próteses sob medida para os atletas. Alguns deles irão brilhar nas próximas Paralimpíadas.

No rio, Vasco dá o exemplo

Iniciado em 2004, o programa paralímpico do Vasco é um dos mais importantes do Brasil. O projeto começou com a natação, mas a partir de 2010 foi expandido para outras modalidades, como futebol de 7 e vôlei sentado. Na natação, a escolinha recebe crianças de todas as idades, inclusive menores de 1 ano. No vôlei sentado e no futebol de 7, os treinos começam a partir de 9 anos. No total, entre iniciantes e competidores de alto rendimento, o Vasco dá suporte para mais de 100 atletas.

As primeiras braçadas de Daniel Dias

Em 2004, Daniel Dias viu pela TV o nadador brasileiro Clodoaldo Silva ganhar medalhas e quebrar recordes nos Jogos Paralímpicos de Atenas. Com má formação congênita dos membros superiores e da perda direita, Daniel pediu ao pai, ainda durante a realização dos Jogos, para matriculá-lo em uma instituição esportiva. Em poucos dias, começou a dar as primeiras braçadas na Associação Desportiva para Deficientes. “Nunca vou esquecer”, diz Eliane Miada, fundadora da ADD. “Em apenas quatro aulas, ele aprendeu os quatro estilos. Um verdadeiro fenômeno.” Daniel permaneceu na entidade durante 2 anos, período no qual desenvolveu sua técnica e quebrou todos os recordes possíveis da categoria. Em poucos anos, se tornaria o maior atleta paralímpico brasileiro, com 24 medalhas conquistadas nos Jogos de Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016.

As primeiras braçadas de Daniel Dias
Foi na ADD que o maior atleta paralímpico da história do país aprendeu a nadar

Em 2004, Daniel Dias viu pela TV o nadador brasileiro Clodoaldo Silva ganhar medalhas e quebrar recordes nos Jogos Paralímpicos de Atenas. Com má formação congênita dos membros superiores e da perda direita, Daniel pediu ao pai, ainda durante a realização dos Jogos, para matriculá-lo em uma instituição esportiva. Em poucos dias, começou a dar as primeiras braçadas na Associação Desportiva para Deficientes. “Nunca vou esquecer”, diz Eliane Miada, fundadora da ADD. “Em apenas quatro aulas, ele aprendeu os quatro estilos. Um verdadeiro fenômeno.” Daniel permaneceu na entidade durante 2 anos, período no qual desenvolveu sua técnica e quebrou todos os recordes possíveis da categoria. Em poucos anos, se tornaria o maior atleta paralímpico brasileir o, com 24 medalhas conquistadas nos Jogos de Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016.