O oeste e grande parte do sul dos Estados Unidos sofrem neste fim de semana com uma onda de calor “extremamente perigosa”, de acordo com o Serviço Meteorológico Nacional (NWS, na sigla em inglês), com o termômetro marcando até 47°C em algumas cidades.

O NWS alertou para um “fim de semana extremamente quente e perigoso” em um boletim divulgado na manhã de sábado (15).

“Provavelmente serão registrados vários recordes de temperatura. Os problemas da qualidade de ar serão frequentes em várias regiões dos Estados Unidos”, acrescentou o NWS.

O alívio não deve chegar rápido para os mais de 90 milhões de americanos sob alerta de temperaturas elevadas, pois a meteorologia prevê que o domo de calor “permanecerá estacionário sobre (estas regiões) durante os próximos dias”.

Em Phoenix, capital do Arizona, um dos estados mais afetados, no sudoeste dos Estados Unidos, os termômetros podem atingir 47°C neste sábado, no 16º dia consecutivo com máximas acima de 43 graus centígrados.

Parte do estado está sob alerta “magenta”, um “nível de calor extremo raro e/ou de longa duração”, o mais elevado do NWS.

No sul da Califórnia (oeste), os bombeiros lutam desde sexta-feira contra vários incêndios que já devastaram mais de 1.200 hectares. Vários moradores abandonaram suas casas.

O climatologista Daniel Swain, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, afirmou que o nível de mercúrio no Vale da Morte pode igualar ou até mesmo superar a temperatura do ar mais elevada já registrada de forma comprovável na Terra, ou seja 54,4°C, observada no mesmo local em 2020 e 2021, segundo vários cientistas.

– Incêndios no Canadá –

Outras regiões dos Estados Unidos também correm risco de enfrentar fenômenos meteorológicos.

“Tempestades elétricas de fortes a violentas, chuvas torrenciais e inundações são possíveis em vários locais, em particular e infelizmente na Nova Inglaterra, que já está saturada com as recentes chuvas”, afirmou o NWS.

Esta região do nordeste do país – em particular o estado de Vermont – sofreu esta semana inundações “históricas e catastróficas” após chuvas torrenciais.

No Canadá, os incêndios florestais não dão trégua. O oeste do país registra centenas de focos, a maioria provocados por tempestades elétricas.

A situação não deve melhorar: “A previsão é de tempo quente e seco para os próximos meses”, declarou à AFP Sarah Budd, do serviço de combate aos incêndios florestais da província canadense de Colúmbia Britânica.

“Não esperamos nenhuma trégua meteorológica”, admitiu.

Mais de 10 milhões de hectares foram queimados desde o início de 2023 no país, número 11 vezes acima da média anual da última década.

O recorde anual absoluto, estabelecido em 1989, foi superado com folga e deve continuar aumentando, de acordo com as projeções oficiais.

Além disso, a fumaça dos incêndios no Canadá voltou a atingir o país vizinho. Vários estados no norte dos Estados Unidos, como Montana e Dakota do Norte, registraram níveis “nocivos” de qualidade do ar.

De acordo com os cientistas, as emissões de gases do efeito estufa estão aumentando a intensidade, a duração e a frequência das ondas de calor.

A Agência de Proteção Ambiental (EPA) americana destacou que “as ondas de calor estão acontecendo com mais frequência do que nunca nas principais cidades dos Estados Unidos”.

“A frequência aumenta de forma constante, passando da média de duas ondas de calor por ano na década de 1960 para seis ao ano nas décadas de 2010 e 2020”, afirmou a agência.

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