30/01/2024 - 14:40
Luto na dramaturgia! Na segunda-feira, 29, a atriz Jandira Martini morreu aos 78 anos. A informação do falecimento foi confirmada pelo ator Marcos Caruso, que era amigo pessoal da veterana. Ela estava em tratamento contra um câncer no pulmão.
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“Jandira Martini, minha maior amiga e prova de que os opostos se atraem e se completam. Juntos escrevemos peças, roteiros de cinema, séries e novelas. Minha grande confidente, conselheira e responsável pelas minhas maiores gargalhadas. Minha mestra. Sabe quando você passa pela escola na qual você estudou e vê que o prédio foi demolido? Assim me sinto com a sua partida”, lamentou Caruso no Instagram.
Informações sobre o velório e sepultamento da artista ainda não foram divulgados.
Carreira
A IstoÉ Gente listou alguns dos trabalhos da atriz, autora e diretora, que nasceu em Santos, no litoral paulista. Formada em Letras pela Universidade Católica de Santos e em interpretação pela Escola de Arte Dramática (EAD), Jandira Martini iniciou nos palcos com a montagem da tragédia grega Medéia, de Eurípides, em 1970, dividindo o palco com Cleyde Yáconis, protagonista do espetáculo. (Clique neste link para ler a matéria na íntegra).
Famosos lamentam morte de Jandira Martini
Por meio das redes sociais, diversos famosos lamentaram a morte da atriz Jandira Martini. Confira algumas homenagens abaixo!
Ana Maria Braga (apresentadora): “Vá em paz, Jandira! Sua arte e sensibilidade são eternas. Meus sentimentos à família, amigos e fãs”.
Andréa Sorvetão (ex-paquita): “Meus sentimentos. Grande atriz”.
Bete Coelho (atriz): “Muito triste! Gosto demais dela”
Carolina Dieckmann (atriz): “Meu sentimentos”.
Gloria Perez (autora de novelas): “Ela nos deixou hoje. Jandira Martini, minha eterna Zoraide, foi um privilégio e tanto trabalhar com você”.
Marisa Orth (atriz): “Que tristeza”.
Otaviano Costa (ator e apresentador): “Todo nosso sentimento”.
Regiane Alves (atriz): “Nossa que triste! Sinto muito”.
Médica explica e faz alertas sobre câncer que vitimou a atriz Jandira Martini
A nossa reportagem procurou a oncologista Mariana Laloni, do Grupo Oncoclínicas, que explicou tudo sobre câncer de pulmão, doença que vitimou a atriz Jandira Martini. Entenda!
“Os sinais de alerta são tosse, falta de ar e dor no peito. Outros sintomas inespecíficos também podem surgir, entre eles perda de peso e fraqueza. Em poucos casos, cerca de 15%, o tumor é diagnosticado por acaso, quando o paciente realiza exames por outros motivos. Por isso, a atenção aos primeiros sintomas é essencial para que seja realizado o diagnóstico precoce da doença, o que contribui amplamente para o sucesso do tratamento”, começa.
A médica ainda comenta que existem dois tipos principais de câncer de pulmão: carcinoma de pequenas células e de não pequenas células. “O carcinoma de não pequenas células corresponde a 85% dos casos e se subdivide em carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células. O tipo mais comum no Brasil e no mundo é o adenocarcinoma e atinge 40% dos doentes”.
Imunoterapia no combate do câncer de pulmão
A ciência tem transformado a maneira de tratar diferentes tipos de câncer. E, no caso das neoplasias de pulmão, as alternativas terapêuticas avançam a passos largos, permitindo ao paciente um arsenal poderoso de condutas que podem ser indicadas para o enfrentamento da doença.
Diante deste cenário, estratégias que combinam modalidades de tratamento sistêmico (baseados na adoção de medicações via oral ou intravenosa, como a quimioterapia) e local (radioterapia) podem ser adotadas no início do tratamento para reduzir o tumor antes de uma cirurgia para retirada da parte do pulmão acometido, ou mesmo como tratamento definitivo quando a cirurgia está contraindicada. A radioterapia isolada também é utilizada algumas vezes para diminuir sintomas como falta de ar e dor. “A indicação depende principalmente do estadiamento, tipo, do tamanho e da localização do tumor, além do estado geral do paciente”, diz Laloni.
Para a especialista, é válido destacar o papel que a imunoterapia exerce no panorama de enfrentamento do câncer de pulmão. Baseado no princípio de que o organismo reconhece o tumor como um corpo estranho desde a sua origem, e de que com o passar do tempo este tumor passa a se “disfarçar” para não ser reconhecido pelo sistema imunológico e então crescer, a terapia biológica funciona como uma espécie de chave, capaz de religar a resposta imunológica contra este agente agressor.
“Embora o sistema imune esteja apto a prevenir ou desacelerar o crescimento do câncer, as células cancerígenas sempre dão um jeitinho de driblá-lo e, assim, evitar que sejam destruídas. O papel da imunoterapia é justamente ajudar os ‘soldados’ de defesa do organismo a agir com mais recursos contra o câncer, produzindo uma espécie de super estímulo para que o corpo produza mais células imunes e assim a identificação das células cancerígenas seja facilitada – devolvendo ao corpo a capacidade de combater a doença de maneira efetiva”, explica a especialista.
Não à toa, as medicações imunoterápicas vêm conquistando protagonismo no tratamento de tumores de pulmão e de outros tipos de câncer. A abordagem terapêutica tem trazido resultados importantes também para cânceres de bexiga, melanoma, estômago e rim. Estudos atestam ainda a eficácia no tratamento de Linfoma de Hodgkin e de um subtipo do câncer de mama, chamado triplo negativo. “Na última década, a imunoterapia passou rapidamente de uma descoberta promissora para um padrão de cuidados que está contribuindo para respostas positivas para diversos casos de pacientes oncológicos”, pontua Mariana Laloni.
Tabagismo é a principal causa de câncer
O tabagismo continua sendo o maior responsável pelo câncer de pulmão no Brasil e no mundo. Aliás, não apenas deste tipo de tumor: segundo o INCA, 161.853 mil mortes poderiam ser evitadas anualmente se o tabaco fosse deixado de lado, sendo que cerca de ⅓ destes óbitos são decorrentes de algum tipo de câncer relacionado ao hábito de fumar.
E apesar do Brasil ter sido reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um exemplo no combate ao cigarro – o país tem um dos menores índices de fumantes do mundo, cerca de 10% da população acima de 18 anos, segundo o próprio INCA – os desafios não param de chegar. Um deles, é a chegada dos cigarros eletrônicos e outros dispositivos de vape, que têm conquistado principalmente os jovens.
“Nós vemos novas formas de tabagismo chegando, como o cigarro eletrônico, por exemplo, que tem atraído principalmente os adolescentes, pelo formato, novidade e falta de informação sobre o impacto nocivo deles. Então, estamos vendo uma geração que tinha largado o cigarro, voltar para versões digamos, mais modernas, do mesmo mal”, alerta Laloni.
Parar de fumar, alerta a especialista, é a forma mais eficaz de se prevenir contra o câncer de pulmão e diversos outros tumores, além de doenças cardíacas, doença pulmonar obstrutiva crônica, pneumonia, AVC (acidente vascular cerebral) e complicações severas decorrentes da contaminação pela covid-19.