O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) rejeitou, nesta sexta-feira (26), as acusações israelenses de “conluio” entre esse órgão da ONU e o movimento islamista palestino Hamas.

“Estas falsas acusações são prejudiciais e podem pôr em perigo os nossos funcionários que arriscam as suas vidas ao serviço de pessoas vulneráveis”, afirmou o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X.

“Como agência das Nações Unidas, a OMS é imparcial e trabalha pela saúde e bem-estar de todos”, acrescentou.

Na quinta-feira, durante uma reunião do comitê-executivo da OMS, o embaixador israelense nas Nações Unidas em Genebra, Meirav Eilon Shahar, acusou o Hamas de ter “militarizado toda a área da zona civil da Faixa de Gaza no marco de uma estratégia premeditada”.

“Esses são fatos inegáveis que a OMS opta por ignorar repetidamente. Não é incompetência, é conluio”, acusou ele.

O Exército israelense acusa o Hamas de utilizar túneis sob hospitais e de fazer de centro de comando as infraestruturas de saúde, algo que o grupo islamista nega.

Segundo o embaixador israelense, a OMS “sabia que havia reféns detidos em hospitais e que os terroristas operavam a partir deles”.

A OMS não confirmou as acusações.

“Nas nossas missões, não vimos nada disso no terreno”, disse o representante da OMS para o território palestino ocupado, Richard Peeperkorn, aos jornalistas em 21 de dezembro.

Segundo ele, a organização “não estava em condições de afirmar como está se está usando hospital algum”.

“O papel da OMS é supervisionar, analisar e reportar (…) Não somos (uma) organização de investigação”, acrescentou.

A guerra foi desencadeada pelo violento ataque dos combatentes do Hamas em 7 de outubro, que causou 1.140 mortes em Israel, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses.

Também sequestraram cerca de 250 pessoas. Israel afirma que 132 seguem detidas em Gaza, das quais 28 morreram, de acordo com contagem da AFP também a partir de cifras oficiais.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza que deixou ao menos 26.083 mortos, a maioria deles mulheres e menores, segundo o ministério da Saúde do Hamas.

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