11/08/2020 - 9:11
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reagiu com prudência ao anúncio feito pela Rússia nesta terça-feira sobre o desenvolvimento de uma vacina contra a COVID-19 e recordou que a “pré-qualificação” e a homologação de uma vacina passam por “procedimentos rigorosos”.
“Estamos em contato estreito com os russos e as discussões continuam. A pré-qualificação de qualquer vacina passa por procedimentos rigorosos”, afirmou Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS, durante uma videoconferência de imprensa.
“A pré-qualificação de qualquer vacina inclui a revisão e avaliação rigorosas de todos os dados de segurança e eficácia necessários compilados durante os testes clínicos”, recordou.
O presidente Vladimir Putin anunciou nesta terça-feira que a Rússia desenvolveu a “primeira” vacina contra o novo coronavírus e afirmou que a mesma, que recebeu o nome “Sputnik V, oferece uma “imunidade duradoura”. Também disse que uma de suas filhas tomou a vacina.
Até o momento, a Rússia não publicou um estudo detalhado dos resultados de seus testes que permita estabelecer a eficácia do produto que alega ter desenvolvido.
Na semana passada a OMS expressou dúvidas sobre o anúncio de Moscou de que sua vacina estava praticamente pronta e recordou que qualquer produto farmacêutico deve “ser submetido a todos os diferentes exames e testes antes de ser homologado para uso”.
No momento “é vital aplicar medidas de saúde pública que funcionem. Devemos continuar investindo no desenvolvimento de vacinas e tratamentos que nos ajudem a reduzir a transmissão no futuro”, afirmou o porta-voz da OMS, antes de destacar que está “motivado pela rapidez com a qual são desenvolvidas algumas vacinas candidatas”.
“Esperamos que algumas delas sejam eficazes”, acrescentou Jasarevic.
De acordo com a OMS, 26 vacinas candidatas estão na fase de testes clínicos (exames em seres humanos) em todo o mundo e outras 139 se encontram no estágio de avaliação pré-clínica.
Entre as 26 candidatas, seis alcançaram no fim de julho a fase três do desenvolvimento. A vacina em pesquisa no centro russo Gamaleia estava classificada na ocasião como fase 1.
O ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko, anunciou que “os testes clínicos devem continuar com milhares de pessoas”.